O Sr. Ribau era uma criatura do género Autarca, espécie "modernaço e razoavelmente bem falante", por oposição à espécie "antiquado e balbuciante".
Ficava muito bem no postal laranja legendado como "autarcas que podemos apresentar à sogra alemã sem ficarmos envergonhados".
Não sei quem convenceu o rapaz que podia dar mais do que isso.
É um bocado como aqueles jogadores que brilham no Desportivo das Aves e definham no banco do Benfica.
Cada vez que abre a boca como "porta-voz" do Sr. Menezes, tresanda a sardinha assada e a febras cruzadas com fitness ao fim do dia e um jipe novinho em folha. E aquele ar de pregador de café de bairro, ligeiramente mais esperto que os outros.
Quando é que a ASAE fecha definitivamente a fábrica de onde brotam estes tipos?
10/31/2007
CURTAS E GROSSAS I
Não deixa de ser curioso observar aqueles que se mostram surpreendidos com o pequeno expurgo em curso no PCP. Só está surpreendido quem é cínico ou ingénuo. O PC nunca foi, não é, jamais será um partido democrático.
Como já referi diversas vezes, está neste momento dominado por sargentos, sem o mínimo de capacidade, oriundos do sindicalismo.
O facto de o secretário-geral dançar em bailes de subúrbio é apenas e só um elemento folclórico.
Como já referi diversas vezes, está neste momento dominado por sargentos, sem o mínimo de capacidade, oriundos do sindicalismo.
O facto de o secretário-geral dançar em bailes de subúrbio é apenas e só um elemento folclórico.
10/18/2007
O Português Marsupial
Postos por Nosso Senhor neste cantinho sossegado e catita da Europa, longe do frio que torna os nórdicos criaturas impessoais e alienígenas, desenvolvemos características únicas.
Somos assim uma espécie de marsupiais. Animais meio bizarros, com estranhas apêndices e comportamentos incompreensíveis.
Não só nós somos diferentes, como nos alimentamos de forma diferente.
Por exemplo, muitos de nós continuam a alimentar-se de um apetitoso fruto, a trapaça. Carnudo, suculento, embora de digestão difícil, cuja árvore, a Trapaceira, se espalhou epidemicamente, pelo país, apesar de estar em vias de extinção em certas zonas da Europa.
Novos, velhos, repuxados ou gente sem idade, todos esticam a pequena mas extremamente preênsil mão para a árvore.
criatura curiosa, o homunculus lusitanus!
Mesmo aqueles espécimes que pelo seu porte, peso ou ferocidade, têm uma alimentação rica e variada, não dispensam uma trapaça de vez em quando, de preferência uma peça gorda e luzidia.
10/17/2007
PAÍS PEQUENO COM GENTE EM BICOS DOS PÉS
Quando se pergunta porque é que a justiça portuguesa funciona muito mal, a resposta, para além do óbvio alvo que é o poder político, não pode deixar de passar pelos próprios juízes.
Porque não estamos a falar de funcionários subalternos, obrigados a fazer o que o chefe manda, mas, no mínimo, de Quadros Altamente Qualificados, com grande poder de auto-regulação.
Digo isto com a plena consciência que os juízes são mais do que funcionários públicos, mas têm todos os tiques do pior que há no funcionalismo público.
Por isso, não admira que queiram dilacerar e esquartejar o único tribunal em que não mandam.
Sejamos claros. O critério de escolha dos juízes do TC é mais do que discutível, mas isso não significa que se deva extingui-lo.
A voracidade é tanta que o STA é o próximo alvo.
País pequeno cheio de gente em bicos dos pés.
Porque não estamos a falar de funcionários subalternos, obrigados a fazer o que o chefe manda, mas, no mínimo, de Quadros Altamente Qualificados, com grande poder de auto-regulação.
Digo isto com a plena consciência que os juízes são mais do que funcionários públicos, mas têm todos os tiques do pior que há no funcionalismo público.
Por isso, não admira que queiram dilacerar e esquartejar o único tribunal em que não mandam.
Sejamos claros. O critério de escolha dos juízes do TC é mais do que discutível, mas isso não significa que se deva extingui-lo.
A voracidade é tanta que o STA é o próximo alvo.
País pequeno cheio de gente em bicos dos pés.
10/16/2007
VAMOS LÁ ENTÃO BRINCAR AOS POLÍTICOS (PARTE I)
Luís Filipe Menezes fez referência à necessidade de uma nova Constituição. Fundamentou tal pretensão no facto de a Constituição em vigor não ser moderna e ter preconceitos ideológicos.
Desde logo qualquer Constituição tem normas com carácter ideológico. Se assim não fosse, seria um rótulo de detergente e não uma Constituição. A qualificação de uma ideia como preconceituosa carece de prova em contrário, isto é, da demonstração que essa ideia assenta em pressupostos falsos, o que manifestamente LFM não fez. Se por acaso o que LFM quis dizer se referia às referências ditas “socialistas”, temos aqui um problema científico e penal complicado: o mais provável é que Michael J. Fox tenha raptado Menezes e apontado o relógio para 1975. Todas as revisões constitucionais (quase todas) foram progressivamente eliminando as referências a um estado socialista. Como se demonstra facilmente, a Assembleia da República pode legislar à vontade sem ter de se preocupar com inconstitucionalidades desde que respeite princípios fundamentais que qualquer país europeu respeita.
Desde logo qualquer Constituição tem normas com carácter ideológico. Se assim não fosse, seria um rótulo de detergente e não uma Constituição. A qualificação de uma ideia como preconceituosa carece de prova em contrário, isto é, da demonstração que essa ideia assenta em pressupostos falsos, o que manifestamente LFM não fez. Se por acaso o que LFM quis dizer se referia às referências ditas “socialistas”, temos aqui um problema científico e penal complicado: o mais provável é que Michael J. Fox tenha raptado Menezes e apontado o relógio para 1975. Todas as revisões constitucionais (quase todas) foram progressivamente eliminando as referências a um estado socialista. Como se demonstra facilmente, a Assembleia da República pode legislar à vontade sem ter de se preocupar com inconstitucionalidades desde que respeite princípios fundamentais que qualquer país europeu respeita.
De igual modo a ideia de acabar com o Tribunal Constitucional é curiosa. Menezes não chega a defender a extinção da função de garantia, porque sendo um rapaz estouvado, gosta de aparecer na fotografia de curso. Transformar o TC numa secção do STJ é apenas a maneira que arranjou de parecer diferente, de dizer algo de novo, ou de aparentemente novo.
Aparecer com um discurso novo é o grande problema de Menezes.
LFM tinha duas alternativas para se credibilizar: ou assumia de vez que o PSD é na sua essência, bastante parecido com o PS, derivando ambos de uma matriz social-democrata, estando a diferença nas pessoas escolhidas e nas políticas concretas ou então apontava um rumo liberal, com a consequente diminuição do papel do Estado.
Só que nenhuma das duas alternativas serve a LFM. A primeira porque não pode. A segunda porque não quer.
LFM não pode assumir essa afinidade com o PS (embora ela seja evidente, mesmo considerando que as franjas de ambos os partidos são bastante diferentes) porque o passo seguinte é o de perguntar quem são as pessoas que estão com o seu projecto, capazes de fazer a diferença e a resposta tem nomes como Mendes Bota e Zita Seabra.
Também não pode apontar para uma via liberal porque isso iria trair o núcleo duro do PSD. O núcleo duro do PSD é constituído por gente que não quer o Estado fora de nada. Quer o Estado para realizar grandes obras públicas que invariavelmente têm essa sinfonia maravilhosa intitulada “obras a mais”, quer o Estado a assobiar para o lado sempre que esticam as mãozinhas marotas para o saco do pai natal orçamental. Se sempre foi assim, o arrivismo cavaquista sedimentou no PSD essa dependência. Se LFM fosse por aí, caía em 2 tempos. Se LFM tivesse coragem de separar as águas, ia na enxurrada.
Aliás, basta ir ao site da CM de Gaia para constatar como o homem é generoso a alimentar o séquito.
Por isso, LFM diz querer redigir uma nova Constituição, abolir o Tribunal Constitucional e mais meia dúzia de lugares comuns.
Como é que o PSD chegou a isto sem dar por nada é outra questão.
Que evidentemente não vai ser discutida nos próximos tempos.
A COERÊNCIA É UM BICHO QUE MORA NOS ANTÍPODAS (OS ANTÍPODAS FICAM ALI PARA OS LADOS DA CARRAPICHOSA, ASSIM COMO QUEM VAI PARA CAMBALHOTAS DE BAIXO, SÓ QUE SE VIRA. NÃO INTERESSA SE À ESQUERDA OU À DIREITA. VIRA-SE. E PRONTO)
Paulo Rangel
6 de Outubro
16 de Outubro
Paulo Rangel
6 de Outubro
16 de Outubro
O MEU LADO NEGRO, CORRIJO O MEU LADO AMARELO ICTERÍCIA
Há um lado em mim, amarelo icterícia, que deseja secretamente que Luís Filipe Menezes seja o próximo PM, de preferência acompanhado, pelo Sr. Ribau, o Sr. Marco António, o Sr. Catatau e que essa onda de esperança traga o Elmer Fudd, o Songoku e o impagável Bocas.
Para que isto chegue rapidamente ao fundo, impluda e obrigue os indígenas a reflectir e a pensar.
Depois levanto-me, bebo um café, fumo um cigarro e sorrio. Se formos mesmo ao fundo, pelo menos gargalhada não faltará.
Vejam este exemplo.
Para que isto chegue rapidamente ao fundo, impluda e obrigue os indígenas a reflectir e a pensar.
Depois levanto-me, bebo um café, fumo um cigarro e sorrio. Se formos mesmo ao fundo, pelo menos gargalhada não faltará.
Vejam este exemplo.
10/12/2007
Era uma vez um rato. Pequenino roedor, com o típico bigode. O rato, talvez por mesquinhez ou talvez por patologia, quis parir uma montanha.
O Sr. Dr. Paulo Rangel bateu palmas.
Resultado: a montanha acabou por parir um rato.
Aguarda-se uma reacção do pressuroso Sr. Rangel.
O Sr. Dr. Paulo Rangel bateu palmas.
Resultado: a montanha acabou por parir um rato.
Aguarda-se uma reacção do pressuroso Sr. Rangel.
TRIBOS
Nesse mundo mais ou menos obscuro do sindicalismo, falta fazer o relato, a crónica dos últimos acontecimentos. Não estou a falar apenas do episódio da Covilhã. Estou a falar da guerilha que nos últimos dois anos decorreu no interior dos sindicatos da CGTP.
A história começa mais ou menos, quando o Bloco de Esquerda, que nem sequer compreende os seus militantes, procurou alargar horizontes. Tapado o caminho à direita, a intelligentzia do Bloco entendeu que o melhor caminho para sedimentar e crescer seria ganhar espaço nos sindicatos.
Ora, se há coisa que o PCP não suporta é o Bloco. Se há outra coisa que o PCP não suporta é que lhe ataquem instituições satélites, como são, com maior ou menor autonomia, os sindicatos da CGTP, mesmo quando aparentemente são dirigidos por não-comunistas. Por várias razões. Desde logo porque o PCP precisa dos sindicatos para colocar o seu pessoal político, à medida que vai perdendo espaço no poder autárquico. Mesmo a mais histérica dedicação precisa de alimento e nem a perícia de Filipa Vacondeus consegue transformar os volumosos escritos de Lenine em algo comestível. Depois porque faz parte da linha de actuação do Partido Comunista, linha essa aliás assumida, utilizar todos os instrumentos que a democracia burguesa dispõe para fazer passar a sua palavra e ganhar espaço mediático. Se até agora o PC sempre permitiu e de certa forma promoveu a participação de não-alinhados nos sindicatos, até para aparentar independência, sempre o fez no pressuposto de continuar a deter o poder de facto.
O Bloco tinha a clara intenção de ganhar poder de facto dentro do movimento sindical, o que se tornou intolerável para o PCP. Se de qualquer forma esta tentativa era inaceitável, sendo neste momento o Partido Comunista dominado por um núcleo duro de sindicalistas e operacionais, a coisa ganhou contornos de afronta.
O PCP reagiu violentamente e procurou escorraçar o Bloco dos sindicatos. Só que como o PCP é neste momento dominado por sargentos, aptos para a reacção instantânea e primária, mas incapazes de um pensamento sistemático, a reacção foi desproporcional, mais arruaceira do que o costume e culminou no maior flop da história da CGTP, que foi a greve geral de Maio deste ano. Francisco Louçã, encurralado nas cordas, riu-se de alívio e contentamento.
Resultado: o PCP conseguiu manter o poder quase hegemónico dentro da central sindical, mas à custa de uma perda de credibilidade, de um maior fechamento na sua própria concha e do desentendimento com Carvalho da Silva, que desde há um tempo tem sempre um watchdog atrás de si.
Mário Nogueira, dirigente da FENPROF é mais uma manifestação de força do PCP, a caminho de lado nenhum, aliás já esperada. Os dois polícias na sede local caíram que nem ginjas na estratégia delineada.
No entanto, a poeira não afasta a pergunta: como é que parte (presume-se significativa) de uma classe que supostamente devia ser fundamental numa sociedade, se sente representada por alguém que repudia e combate os fundamentos dessa mesma sociedade e tem como objectivo programático estabelecer uma sociedade sem classes, cujas tentativas deram em coisas tão magníficas como a USSR, a Coreia do Norte ou a China?
Como é que existe um professor, que necessariamente preza a liberdade individual, que se sinta representado por quem entende que a liberdade individual é uma falácia burguesa?
Não há humilhação, despeito ou desconsideração que o justifique.
PS: para os amiguinhos mais distraídos, lembro que no regime que Mário Nogueira defende, não há horários porreiros e negociáveis com o amigo do conselho executivo, dinheirinho extra na formação profissional para mudar de popó “every three years”, explicações a fugir ao IVA e todas aqueles pequenos pecadilhos que nós conhecemos, não é?
PS2: vejam os links, sobretudo os que estão em "classe" e "professor"
A história começa mais ou menos, quando o Bloco de Esquerda, que nem sequer compreende os seus militantes, procurou alargar horizontes. Tapado o caminho à direita, a intelligentzia do Bloco entendeu que o melhor caminho para sedimentar e crescer seria ganhar espaço nos sindicatos.
Ora, se há coisa que o PCP não suporta é o Bloco. Se há outra coisa que o PCP não suporta é que lhe ataquem instituições satélites, como são, com maior ou menor autonomia, os sindicatos da CGTP, mesmo quando aparentemente são dirigidos por não-comunistas. Por várias razões. Desde logo porque o PCP precisa dos sindicatos para colocar o seu pessoal político, à medida que vai perdendo espaço no poder autárquico. Mesmo a mais histérica dedicação precisa de alimento e nem a perícia de Filipa Vacondeus consegue transformar os volumosos escritos de Lenine em algo comestível. Depois porque faz parte da linha de actuação do Partido Comunista, linha essa aliás assumida, utilizar todos os instrumentos que a democracia burguesa dispõe para fazer passar a sua palavra e ganhar espaço mediático. Se até agora o PC sempre permitiu e de certa forma promoveu a participação de não-alinhados nos sindicatos, até para aparentar independência, sempre o fez no pressuposto de continuar a deter o poder de facto.
O Bloco tinha a clara intenção de ganhar poder de facto dentro do movimento sindical, o que se tornou intolerável para o PCP. Se de qualquer forma esta tentativa era inaceitável, sendo neste momento o Partido Comunista dominado por um núcleo duro de sindicalistas e operacionais, a coisa ganhou contornos de afronta.
O PCP reagiu violentamente e procurou escorraçar o Bloco dos sindicatos. Só que como o PCP é neste momento dominado por sargentos, aptos para a reacção instantânea e primária, mas incapazes de um pensamento sistemático, a reacção foi desproporcional, mais arruaceira do que o costume e culminou no maior flop da história da CGTP, que foi a greve geral de Maio deste ano. Francisco Louçã, encurralado nas cordas, riu-se de alívio e contentamento.
Resultado: o PCP conseguiu manter o poder quase hegemónico dentro da central sindical, mas à custa de uma perda de credibilidade, de um maior fechamento na sua própria concha e do desentendimento com Carvalho da Silva, que desde há um tempo tem sempre um watchdog atrás de si.
Mário Nogueira, dirigente da FENPROF é mais uma manifestação de força do PCP, a caminho de lado nenhum, aliás já esperada. Os dois polícias na sede local caíram que nem ginjas na estratégia delineada.
No entanto, a poeira não afasta a pergunta: como é que parte (presume-se significativa) de uma classe que supostamente devia ser fundamental numa sociedade, se sente representada por alguém que repudia e combate os fundamentos dessa mesma sociedade e tem como objectivo programático estabelecer uma sociedade sem classes, cujas tentativas deram em coisas tão magníficas como a USSR, a Coreia do Norte ou a China?
Como é que existe um professor, que necessariamente preza a liberdade individual, que se sinta representado por quem entende que a liberdade individual é uma falácia burguesa?
Não há humilhação, despeito ou desconsideração que o justifique.
PS: para os amiguinhos mais distraídos, lembro que no regime que Mário Nogueira defende, não há horários porreiros e negociáveis com o amigo do conselho executivo, dinheirinho extra na formação profissional para mudar de popó “every three years”, explicações a fugir ao IVA e todas aqueles pequenos pecadilhos que nós conhecemos, não é?
PS2: vejam os links, sobretudo os que estão em "classe" e "professor"
CACETEIROS
Não vou fazer grandes comentários sobre o que se terá passado na Covilhã. Tenho uma posição clara sobre a relação da democracia com grupos que não respeitando os seus princípios, sobrevivem exactamente por causa dos princípios democráticos. Devem ter o máximo espaço de liberdade por duas razões óbvias. Primeiro pela estrita aplicação do princípio da liberdade individual. Segundo porque não é com repressão que se alteram ideias e convicções, por muito que a maioria discorde delas ou que não tenham qualquer sustentação fáctica.
Perdoem-me a comparação, mas a actuação dos sindicatos é idêntica à daqueles jogadores de futebol caceteiros e manhosos, que passam a vida a fazer pequenas faltas, apreciações sobre a vida sexual das mães dos adversários, que normalmente são tratados com a indulgência que concedemos aos ineptos.
Perdoem-me a comparação, mas a actuação dos sindicatos é idêntica à daqueles jogadores de futebol caceteiros e manhosos, que passam a vida a fazer pequenas faltas, apreciações sobre a vida sexual das mães dos adversários, que normalmente são tratados com a indulgência que concedemos aos ineptos.
Responder com cacetadas aos caceteiros não é solução. Até porque, no fundo, ninguém leva o jogo muito a sério, não se marcam golos e no fim do dia vamos todos para casa ver a Sr.ª Clara de Sousa entrevistar o Dr. Portas ou humilhar barítonos de karalhoke.
It’s all entertainment.
10/08/2007
TRATADO DE CARRAPICHANA
A Europa tornou-se numa ruela cheia de burocratas, que produzem coisas tão importantes e decisivas, verdadeiros monumentos jurídicos, capazes de fazer corar Jean Monnet ou Schuman, como por exemplo, o Regulamento CE n.º 1111/2007, que fixa as restituições à exportação do açúcar branco e do açúcar bruto no estado inalterado. Ou esse compêndio de 200 anos da melhor ciência jurídica europeia que é o Regulamento n.º 1019/2007 que proíbe a pesca da bolota nas águas norueguesas da zona CIEM IV pelos navios que arvoram pavilhão da Alemanha. Isto porque os alemães são, como toda a gente sabe, açambarcadores. Mandam-se ao mar e pescam tudo o que lhes aparece. Bolotas, melancias, nozes, eu sei lá.
Por tudo isto devíamos ponderar se vale a pena associar o nome de Lisboa a um tratado que não vai ficar na história nem servir para nada.
Para lhe dar alguma utilidade e visto que Lisboa não precisa de mais publicidade, proponho que seja assinado na Carrapichana, magnífica freguesia do Concelho de Celorico da Beira, com uma história tão portuguesa. Pelo menos teria a visita de alguns milhares de estudantes europeus de direito. E de alguns eurocratas, encantados com a discrição dos autóctones.
A Carrapichana agradece.
E eu também.
9/28/2007
LOS LOCOS
Foram hoje publicadas em Diário da República, as indemnizações compensatórias a atribuir a empresas que prestam serviço público.
Alguém que não esteja anestesiado pela linguagem do mainstream político, que não encolha os ombros e que não justifique o injustificável com argumentos como "o peso do passado", olha para a indemnização da RTP e pode concluir com toda a legitimidade que somos todos inimputáveis.
Leia-se loucos.
9/27/2007
9/25/2007
POLITIQUINHA
Para ser sério e rigoroso, não basta a proclamação. É preciso agir e manifestar-se de forma séria.
É por isso que este texto, da autoria de Pinho Cardão não serve. Fica pela rama, sem se atrever a explicar os dados.
Se o seu autor quisesse de facto ser sério e rigoroso teria de referir que para além da inépcia dos governantes, da incompetência dos quadros superiores da administração pública e da ineficiência estrutural do Estado, a significativa fatia do orçamento de estado que não serve para nada mais além de sustentar, por acção ou omissão, uma parte importante da classe média, no seu fausto provinciano. E que esse parasitismo não começou hoje, nem sequer ontem.
Não se trata pois de um artigo de política, nem sequer de politiquice.
É mais de politiquinha.
É por isso que este texto, da autoria de Pinho Cardão não serve. Fica pela rama, sem se atrever a explicar os dados.
Se o seu autor quisesse de facto ser sério e rigoroso teria de referir que para além da inépcia dos governantes, da incompetência dos quadros superiores da administração pública e da ineficiência estrutural do Estado, a significativa fatia do orçamento de estado que não serve para nada mais além de sustentar, por acção ou omissão, uma parte importante da classe média, no seu fausto provinciano. E que esse parasitismo não começou hoje, nem sequer ontem.
Não se trata pois de um artigo de política, nem sequer de politiquice.
É mais de politiquinha.
SUICIDE IS PAINLESS
O texto de José Pacheco Pereira escrito no jornal Público de 22 de Setembro é pungente.
O seu autor há muito que procura aquilo que é logica e estruturalmente impossível, que é a sobrevivência do PSD com a dignidade e a credibilidade que Pacheco Pereira exige.
Como estamos a falar de alguém informado e conhecedor dos meandros, daquela substância viscosa conhecida por "As bases", que compõem 90% do corpo partidário, não se pode falar em "eutanásia negligente".
A extracção do bicho implica a morte do hospedeiro. A permanência leva ao definhar lento e patético.
Para quem, como eu, não é do PSD, mas considera que o mesmo representa uma parte importante da sociedade, o processo não é propriamente doloroso. Mas começa a ser incomodativo.
'Suicide is Painless'
Through early morning fog I see
visions of the things to be
the pains that are withheld for me
I realize and I can see...
[REFRAIN]:
that suicide is painless
It brings on many changes
and I can take or leave it if I please.
I try to find a way to make
all our little joys relate
without that ever-present hate
but now I know that it's too late, and...
[REFRAIN]
The game of life is hard to play
I'm gonna lose it anyway
The losing card I'll someday lay
so this is all I have to say.
[REFRAIN]
The only way to win is cheat
And lay it down before I'm beat
and to another give my seat
for that's the only painless feat.
[REFRAIN]
The sword of time will pierce our skins
It doesn't hurt when it begins
But as it works its way on in
The pain grows stronger...watch it grin, but...
[REFRAIN]
A brave man once requested me
to answer questions that are key
is it to be or not to be
and I replied 'oh why ask me?'
[REFRAIN]
'Cause suicide is painless
it brings on many changes
and I can take or leave it if I please.
...and you can do the same thing if you please.
O seu autor há muito que procura aquilo que é logica e estruturalmente impossível, que é a sobrevivência do PSD com a dignidade e a credibilidade que Pacheco Pereira exige.
Como estamos a falar de alguém informado e conhecedor dos meandros, daquela substância viscosa conhecida por "As bases", que compõem 90% do corpo partidário, não se pode falar em "eutanásia negligente".
A extracção do bicho implica a morte do hospedeiro. A permanência leva ao definhar lento e patético.
Para quem, como eu, não é do PSD, mas considera que o mesmo representa uma parte importante da sociedade, o processo não é propriamente doloroso. Mas começa a ser incomodativo.
'Suicide is Painless'
Through early morning fog I see
visions of the things to be
the pains that are withheld for me
I realize and I can see...
[REFRAIN]:
that suicide is painless
It brings on many changes
and I can take or leave it if I please.
I try to find a way to make
all our little joys relate
without that ever-present hate
but now I know that it's too late, and...
[REFRAIN]
The game of life is hard to play
I'm gonna lose it anyway
The losing card I'll someday lay
so this is all I have to say.
[REFRAIN]
The only way to win is cheat
And lay it down before I'm beat
and to another give my seat
for that's the only painless feat.
[REFRAIN]
The sword of time will pierce our skins
It doesn't hurt when it begins
But as it works its way on in
The pain grows stronger...watch it grin, but...
[REFRAIN]
A brave man once requested me
to answer questions that are key
is it to be or not to be
and I replied 'oh why ask me?'
[REFRAIN]
'Cause suicide is painless
it brings on many changes
and I can take or leave it if I please.
...and you can do the same thing if you please.
GENTE CRESCIDA COM A MESADA DO PAPÁ
A Lusoponte, que tem entre os seus accionistas algumas empresas de construção civil, conseguiu um pacto leonino quando construiu a Ponte Vasco da Gama.
Tal deve-se ao facto de o Estado ter uma posição negocial fraca, absolutamente incompatível com os seus “accionistas”, que somos todos nós.
Numa sociedade onde muitos dos accionistas não contribuem com os suprimentos acordados e fogem de todas as obrigações acessórios o resultado é este.
Acresce a isto que a nossa sociedade ainda não percebeu que não pode continuar a ter um objecto tão amplo e tão difuso.
Trocando por miúdos.
O Estado apresenta-se nestas situações numa posição vulnerável porque gere mal as contribuições que alguns de nós fazem o favor de lhe entregar. Financia sobretudo arrivismos sociais de classe média, legítimos aliás, mas injustificáveis.
Ao tentar fazer tudo, nada faz.
Depois, naquilo em que devia ser forte, como neste caso, é uma espécie de insolvente desesperado perante o agiota manhoso.
Do lado de lá está um conjunto de gente grande que nunca deu um passo sem recorrer à mesada do papá.
Era assim quando o papá se chamava Oliveira Salazar e a mesada se apresentava como condicionamento industrial e continua assim, hoje, que o papá responde por outros nomes e usa outras estratégias.
Tal deve-se ao facto de o Estado ter uma posição negocial fraca, absolutamente incompatível com os seus “accionistas”, que somos todos nós.
Numa sociedade onde muitos dos accionistas não contribuem com os suprimentos acordados e fogem de todas as obrigações acessórios o resultado é este.
Acresce a isto que a nossa sociedade ainda não percebeu que não pode continuar a ter um objecto tão amplo e tão difuso.
Trocando por miúdos.
O Estado apresenta-se nestas situações numa posição vulnerável porque gere mal as contribuições que alguns de nós fazem o favor de lhe entregar. Financia sobretudo arrivismos sociais de classe média, legítimos aliás, mas injustificáveis.
Ao tentar fazer tudo, nada faz.
Depois, naquilo em que devia ser forte, como neste caso, é uma espécie de insolvente desesperado perante o agiota manhoso.
Do lado de lá está um conjunto de gente grande que nunca deu um passo sem recorrer à mesada do papá.
Era assim quando o papá se chamava Oliveira Salazar e a mesada se apresentava como condicionamento industrial e continua assim, hoje, que o papá responde por outros nomes e usa outras estratégias.
9/20/2007
MANGAS DE ALPACA
Sobre a "revolta" e a "indignação" dos notários, remeto para aqui, via Causa Nossa.
Estou farto de Chicos Espertos.
Ainda por cima despudorados.
Estou farto de Chicos Espertos.
Ainda por cima despudorados.
9/19/2007
O VASCO
A nossa vida está cheia de Vascos. Provavelmente para compensar o vácuo. Deus, na sua infinita sabedoria (capaz de ganhar aquele concurso televisivo que se chama "A Herança"), brindou-nos com Vascos. Assim, de rajada, lembro-me de vários. O Vasco Granja que me punha a ver aqueles desenhos animados em que um desperdício de oficina auto salvava um bocado de cordel de ser morto por três tampas de sumo assassinas; o companheiro Vasco, protegido por uma muralha de aço (forrada com linóleo e com um "avançado" em plástico por causa da chuva) que tantas coisas boas nos queria deixar; e o Vasco Graça Moura, poeta e glosador-mor da épica obra "Porque somos muito melhores que eles, sendo na essência muito parecidos", que no seu maniqueísmo rasteiro tenta manter de pé a moral das tropas.
Vasco não pára e qual asceta de cordel, não se exime de deificar o mau só para impedir o triunfo do péssimo. Este texto é um belo exemplo. O rigor e a precisão embaraçam as melhores máquinas de tortura que, ao longo da história, fomos conhecendo (algumas demasiado perto).
Agora imaginem que o homem ganha bom senso e volta a utilizar os dons para algo verdadeiramente útil.
Vasco não pára e qual asceta de cordel, não se exime de deificar o mau só para impedir o triunfo do péssimo. Este texto é um belo exemplo. O rigor e a precisão embaraçam as melhores máquinas de tortura que, ao longo da história, fomos conhecendo (algumas demasiado perto).
Agora imaginem que o homem ganha bom senso e volta a utilizar os dons para algo verdadeiramente útil.
CADEIA ALIMENTAR
Uns planam. Bem acima.
Outros planeiam. E vão subindo.
Nós somos planos. Rasos.
Bem juntos ao pó, onde nos divertimos a chafurdar.
No fim, o que de nós fica ligeiramente acima, arrota.
Batemos palmas, porque embora toscos e agrestes, somos educados e reconhecemos a autoridade naquele cujos caninos são mais afiados.
Outros planeiam. E vão subindo.
Nós somos planos. Rasos.
Bem juntos ao pó, onde nos divertimos a chafurdar.
No fim, o que de nós fica ligeiramente acima, arrota.
Batemos palmas, porque embora toscos e agrestes, somos educados e reconhecemos a autoridade naquele cujos caninos são mais afiados.
Um dia, provavelmente quando voltarmos a comprar caramelos em badajoz, sentar-nos-emos a carpir as desilusões, em silenciosos exercícios de imperceptíveis auto-mutilações. Roendo compulsivos as unhas, cravando as unhas nas próprias palmas das mãos, ouvindo dentro das nossas cabeças cansadas, o looping do hit "como é que isto nos aconteceu?".
A História, essa disciplina maravilhosa que quase tudo nos explica, explica certamente esta nossa incapacidade de sermos homens e mulheres graúdos e responsáveis. Explicará certamente que a nossa matriz social se compõe de uma dependência do Estado, para o qual ainda por cima não contribuímos, numa espécie de amor/ódio ao pai porque se deita com a mãe e de uma vontade firme, férrea, obstinada de não aceitar a realidade. Explica que fomos tratados como crianças por um beato cobarde e seus acólitos, durante meio século e que não nos conseguimos libertar desse modus vivendi cujo lema é "os direitos para mim e os deveres para os outros".
Explica que todos os políticos, que supostamente deviam ser um exemplo de cidadania e de racionalidade, insistam em prometer manobrar a economia, como se ela não tivesse "vida" própria e mais do que da vontade de qualquer governo, não dependesse sobretudo dos nossos actos e comportamentos diários.
A História explica, mas não resolve.
E assim, enquanto o Estado continuar a comportar-se como um conde sem condado, a quem, por mera cortesia sabichona, deixam brincar no páteo do castelo ocupado, continuaremos a definhar.
Enquanto nós, como colectivo que se manifesta no estado, não percebermos que antes de tudo, o Estado deve arrumar a sua casa, ser subsidiário sem ser subserviente, sancionar aqueles que não cumprem com as regras, seja o "empresário" manhoso que não paga impostos, seja o tipo que abusa da boa fé alheia no seu comportamento social, caminharemos alegremente para o terceiro mundo, olhando da janela o primeiro mesmo aqui ao lado.
O Estado não deve criar emprego. Deve impedir que se crie mau emprego, sem futuro ou justificação social, punindo o fdp que abre e fecha fábricas de sapatos em barracões de zinco.
O Estado não deve interferir na economia, a não ser para dar um valente murro no alto da pinhoqueira de quem interfere ilegitimamente.
Em suma o Estado deve fiscalizar, deve perceber, de uma forma contínua sem provocar claustrofobia, se as pessoas cumprem as suas responsabilidades sociais.
Deve ser a consciência colectiva de um devir desejado, mesmo que os comportamentos individuais não aparentem tal desejo.
Se assim fosse, se o Estado fosse sobretudo um fiscal do espaço em que a nossa liberdade colide com a dos outros, em vez de ser um pai compulsivo e exacerbado, estaríamos bem melhor.
E daí talvez não.
Temos essa característica extraordinária que é a de nos sentirmos extremamente felizes com a nossa própria infelicidade.
ORANGE FREAK SHOW
Não vi o "debate" entre o Sr. Menezes e o Sr. Mendes.
Nem tenho muito mais a dizer sobre "aquilo", sobre aquele freak show cheio de alimárias em que o PSD se tornou.
Apenas lamento, com o pesar de quem, não sendo do PSD, acha que parte do espaço político que representa merecia melhor.
O PSD que depende mais do que todos os outros partidos de uma permanente ligação ao poder, definha.
Estará entregue, a partir de dia 28 a um boy sem brilho ou a um demagogo populista que consegue ser menos avisado que Alberto João.
Como é que se chega a esta decadência e a este nível de irresponsabilidade são perguntas que mais tarde terão de ser respondidas.
9/10/2007
O MUNDO AO CONTRÁRIO
Estas férias permitiram-me, entre outras coisas, confirmar que muita da polémica sobre o fecho de serviços públicos não passa da velha e carunchosa atitude bairrista tão querida dos portugas.
No fundo não está demonstrado que se justifica que a cidade A necessite de um hospital, quando tem um hospital a 15 minutos. Ou do tribunal, ou de Finanças. Simplesmente ninguém quer perder para o vizinho do lado.
Acrescente-se que a maioria do emprego nestas cidades é público ou depende dos serviços públicos, que a desproporção entre dinheiros públicos e população não se consegue explicar pelos "custos da interioridade" e que não por acaso, muitas destas médias cidades estão entre as de maior qualidade de vida.
Muitas sedes de concelho têm menos população que alguns bairros do subúrbio.
De facto existem portugueses de primeira e de segunda. Só que ao contrário do que se afirma, os de segunda não vivem em Idanha-a-Nova, em Belmonte ou em Penamacor. Vivem na Amadora, em Mem Martins ou no Seixal.
No fundo não está demonstrado que se justifica que a cidade A necessite de um hospital, quando tem um hospital a 15 minutos. Ou do tribunal, ou de Finanças. Simplesmente ninguém quer perder para o vizinho do lado.
Acrescente-se que a maioria do emprego nestas cidades é público ou depende dos serviços públicos, que a desproporção entre dinheiros públicos e população não se consegue explicar pelos "custos da interioridade" e que não por acaso, muitas destas médias cidades estão entre as de maior qualidade de vida.
Muitas sedes de concelho têm menos população que alguns bairros do subúrbio.
De facto existem portugueses de primeira e de segunda. Só que ao contrário do que se afirma, os de segunda não vivem em Idanha-a-Nova, em Belmonte ou em Penamacor. Vivem na Amadora, em Mem Martins ou no Seixal.
ADEUS
Nada como estar de férias, isolado dos media, ligar a televisão e ver Clara de Sousa a "apresentar" um inócuo e enxuto programa de entertenimento intitulado "Família Superstar".
As coisas ficam mais...claras.
Todo o discurso de independência dos jornalistas e restante blábláblá fica a boiar. Mas se puxarmos o autoclismo uma segunda vez, a coisa resolve-se.
Adeus
As coisas ficam mais...claras.
Todo o discurso de independência dos jornalistas e restante blábláblá fica a boiar. Mas se puxarmos o autoclismo uma segunda vez, a coisa resolve-se.
Adeus
JERÓNIMO!
Jerónimo de Sousa, o representante do comunismo de rosto humano, mistura de Fred Astaire e Estaline (o que me faz lembrar Alex de Large na Laranja Mecânica de Kubrick), discursou na Festa do Avante!, pedindo uma Acção Nacional contra as políticas do Governo.
Vislumbra-se uma primavera marcelista ou continuamos na União Nacional?
Vislumbra-se uma primavera marcelista ou continuamos na União Nacional?
8/09/2007
OS MEUS FAVORITOS II (SECÇÃO NORTE)
ORLANDO GASPAR, foi durante anos líder da concelhia do Porto. Houve renovação.
O actual líder é Orlando Soares Gaspar.
O actual líder é Orlando Soares Gaspar.
Que estranho…será coincidência? É. Por mero acaso, o actual líder tem o mesmo nome do líder histórico. Podia chamar-se Firmino, Zé Manel ou Xenofonte (se os senhores do registo deixassem, claro!) Gaspar.
Pormenor adicional e de somenos importância. O actual líder é filho do histórico líder.
MARCO ANTÓNIO COSTA (o artista anteriormente conhecido por Marco António)
Este rapaz é uma espécie de braço direito de Luís Filipe Menezes. Mas nem Menezes é Júlio César, nem Marco António é o seu homónimo romano.
Para abreviar. Pedro Duarte mas “em mais tosco”.
JOÃO TEIXEIRA LOPES
Este senhor é doutorado em sociologia. A sério. Mas não exerce.
O que ele gosta mesmo é de ser trucidado por Rui Rio.
A “coisa” parece um daqueles filmes franceses meio underground, com pinceladas de sado-masoquismo, puro e duro.
Apesar de ser particularmente irritante, desperta-me um profundo sentimento de comiseração.
ILDA FIGUEIREDO
É o Prof. Dr. João Teixeira Lopes, mas em estilo menos totó e em versão vagamente feminina.
A senhora parece que está sempre aflita, que acabou de ver qualquer coisa que a chocou. Uma família disfuncional, um camarada a ler o último livro de Zita Seabra, sei lá…
NUNO MELO
Este rapazola é da safra da Juventude do seu Partido, aliás, como o Pedro e o Marco são do seu.
É um rapaz simpático, educado, com ideias modernas.
Dispensa grandes considerações. A criatura fala por si.
Estou convencido que os seus amigos de café o levam a sério.
8/08/2007
OS MEUS FAVORITOS I
Gosto especialmente deste rapaz. Acumula duas grandes escolas da política: a distrital do Porto e a JSD, sabe falar sobre tudo sem dizer nada, está sempre pronto a defender os que o apoiam lá na sua terrinha, é especialista em Generalidades.
Faz-me lembrar aqueles futebolistas toscos e caceteiros que certos treinadores adoram, que entram na segunda parte, rebentam com o tendão de Aquiles, ou em casos mais urgentes, com a tíbia e o perónio do craque adversário, levam um amarelo e passam o resto do jogo a mandar biqueiradas na bola.
Entre quem entrar para treinador do PSD, de certeza que não vai dispensar tamanho craque.
Se não soasse demasiado abichanado, diria que o rapaz é um mimo.
Faz-me lembrar aqueles futebolistas toscos e caceteiros que certos treinadores adoram, que entram na segunda parte, rebentam com o tendão de Aquiles, ou em casos mais urgentes, com a tíbia e o perónio do craque adversário, levam um amarelo e passam o resto do jogo a mandar biqueiradas na bola.
Entre quem entrar para treinador do PSD, de certeza que não vai dispensar tamanho craque.
Se não soasse demasiado abichanado, diria que o rapaz é um mimo.
O FERNANDO MAMEDE QUE TINHA DE CORRER SOBRE UM PÂNTANO
Nestes dias em que a geração filha do welfare state está comodamente instalada no poder, recordo-me de António Guterres. Recordar-me de António Guterres é mau por duas razões: primeiro porque implicitamente lhe estou a passar uma certidão de óbito político (só se recorda o passado irreproduzível no presente e no futuro); segundo porque Guterres foi a maior oportunidade que tivemos e vamos ter nos próximos anos de poder dizer que à frente do Governo e do Estado temos um político como me habituei apensar os políticos.
Guterres tinha tudo para ser um Primeiro-Ministro ímpar. Tinha a inteligência, a cultura e a mundividência necessárias. Até lhe desculpava aquelas poses beatas.
Foi o último dirigente político de topo verdadeiramente bem preparado.
E no entanto falhou. A meio da corrida, saiu da pista. Regressou aos balneários, tomou um banho e foi para casa, como se não fosse nada com ele.
E se é verdade que a responsabilidade é em grande parte sua, porque lhe faltou, nos momentos decisivos, um par de frutos vermelhos que dão cor às paisagens ribatejanas, não é menos verdade que na necessária concentração para chegar ao fim, Guterres não reparou na lama que lentamente invadia a pista de tartan.
O mais curioso é que muita dessa lama, depressa transformada em pântano, foi lançada pelos seus próprios camaradas com uma mão, enquanto que com a outra davam palmadinhas nas costas de Guterres.
Ora, o homem sendo cristão, não é propriamente Cristo e não pôde, como o verdadeiro, pairar sobre as águas. Mais. Como não tinha nenhum plano tecnológico, nem sequer podia utilizar um hovercraft para passar o pantanal, ou pelo menos um daqueles barquinhos que se utilizam nos everglades norte-americanos.
São exactamente os mesmos sargentos de caserna que passo a passo fazem o mesmo a Sócrates e não há hovercraft que consiga passar tanto lamaçal.
Esperemos que Sócrates, não tendo a espessura política de Guterres, tenha pelo menos maiores frutos daqueles que dão cor ao Ribatejo.
Guterres tinha tudo para ser um Primeiro-Ministro ímpar. Tinha a inteligência, a cultura e a mundividência necessárias. Até lhe desculpava aquelas poses beatas.
Foi o último dirigente político de topo verdadeiramente bem preparado.
E no entanto falhou. A meio da corrida, saiu da pista. Regressou aos balneários, tomou um banho e foi para casa, como se não fosse nada com ele.
E se é verdade que a responsabilidade é em grande parte sua, porque lhe faltou, nos momentos decisivos, um par de frutos vermelhos que dão cor às paisagens ribatejanas, não é menos verdade que na necessária concentração para chegar ao fim, Guterres não reparou na lama que lentamente invadia a pista de tartan.
O mais curioso é que muita dessa lama, depressa transformada em pântano, foi lançada pelos seus próprios camaradas com uma mão, enquanto que com a outra davam palmadinhas nas costas de Guterres.
Ora, o homem sendo cristão, não é propriamente Cristo e não pôde, como o verdadeiro, pairar sobre as águas. Mais. Como não tinha nenhum plano tecnológico, nem sequer podia utilizar um hovercraft para passar o pantanal, ou pelo menos um daqueles barquinhos que se utilizam nos everglades norte-americanos.
São exactamente os mesmos sargentos de caserna que passo a passo fazem o mesmo a Sócrates e não há hovercraft que consiga passar tanto lamaçal.
Esperemos que Sócrates, não tendo a espessura política de Guterres, tenha pelo menos maiores frutos daqueles que dão cor ao Ribatejo.
NOVO PREC
Nessa gigantesca esplanada de café que se chama blogosfera, além dos tele-evangelistas, como referi, surgiu uma outra e curiosa fauna, composta por alguns membros que acumulam: tele-evangelistas liberais.
Falo do que se convencionou chamar “os liberais”. Como a expressão quer dizer tudo e não quer dizer nada, cabe nela um conjunto bem heterogéneo e catita.
Dividem-se em duas espécies. Por um lado temos os púberes que há 20/30 anos eram radicais de esquerda e pululavam pelos “partidos políticos revolucionários” de então. Hoje, já mais crescidotes e bem instalados, berram pelo liberalismo.
Por outro temos os filhos do cavaquismo, que nem sequer perceberam o cavaquismo, limitaram-se a usufruir das benesses do mesmo, rapazes e raparigas diplomados que tendo lido meia dúzia de livros ou pelo menos conhecendo alguém que alegadamente os leu, acham que podem mudar o mundo e as mentalidades. Eu também achava e têm por isso a minha solidariedade. Com uma pequena diferença. Eu tinha 14 anos e era razoavelmente menos inculto que a grande maioria dos liberais que hoje se apresentam na blogosfera.
No fundo, no fundo eu até simpatizo com esta malta. Estão um bocado cansados do imenso centrão. Querem acção, disputa, uma faísca, pelo menos.
Só que a grande maioria gosta de falar do liberalismo (quase sempre económico e quase nunca social) sentada em belas cadeiras pagas pelo erário público, directa ou indirectamente. Fazem estudos inúteis pagos a peso de ouro pelo Zé, esse amigo do José Manuel Barroso. Ou vivem à conta das falhas do sistema (seja do sistema de Justiça, de Saúde ou de Educação).
Para quem se proclama liberal, não está nada mal, não senhor.
Estamos perante um novo PREC, um Processo de Reeducação Em Curso.
Gostava sinceramente que os liberais em Portugal fossem mais do que um episódio passageiro colado com cuspo.
Como não há nem nunca houve qualquer tradição verdadeiramente liberal, o que temos são portugas típicos, a armar ao “estrangeirado”. Conservadores anacrónicos a brincar ao liberalismo, miúdos ainda espantados com a visita ao mundo civilizado que começa em vilar formoso (sem nunca terem percebido como é que realmente funciona) ou simplesmente aceleras fartos de serem multados, todos são liberais. É uma moda.
Um bocado como ser surfista há 25 anos. Não era preciso saber nadar, podia detestar-se a areia e o mar. Bastava usar o cabelo, as missangas e a roupa da tribo.
De facto, os ditos blogues liberais são, tirando uma ou outra excepção, o instrumento que revela a perícia do seu utilizador.
E o retrato não destoa do resto do País: palavras como vacuidade, presunção e aquela dose de ignorância arrogante (basta ver o número de citações de gurus liberais que alguns fazem) que nos caracteriza, encaixam na perfeição.
Mas como sou liberal e acho que todos têm direito à expressão pública, desejo aos meus amigos surfistas de subúrbio, perdão, aos meus amigos liberais agarrados as belas mamas do Estado, as maiores felicidades.
Só espero que daqui a 20 anos não se tornem furiosos defensores da nacionalização da economia e queiram erguer um muro à volta do rectângulo com duas verrugas e nove pérolas (as Berlengas não contam) plantado à beira-mar.
Falo do que se convencionou chamar “os liberais”. Como a expressão quer dizer tudo e não quer dizer nada, cabe nela um conjunto bem heterogéneo e catita.
Dividem-se em duas espécies. Por um lado temos os púberes que há 20/30 anos eram radicais de esquerda e pululavam pelos “partidos políticos revolucionários” de então. Hoje, já mais crescidotes e bem instalados, berram pelo liberalismo.
Por outro temos os filhos do cavaquismo, que nem sequer perceberam o cavaquismo, limitaram-se a usufruir das benesses do mesmo, rapazes e raparigas diplomados que tendo lido meia dúzia de livros ou pelo menos conhecendo alguém que alegadamente os leu, acham que podem mudar o mundo e as mentalidades. Eu também achava e têm por isso a minha solidariedade. Com uma pequena diferença. Eu tinha 14 anos e era razoavelmente menos inculto que a grande maioria dos liberais que hoje se apresentam na blogosfera.
No fundo, no fundo eu até simpatizo com esta malta. Estão um bocado cansados do imenso centrão. Querem acção, disputa, uma faísca, pelo menos.
Só que a grande maioria gosta de falar do liberalismo (quase sempre económico e quase nunca social) sentada em belas cadeiras pagas pelo erário público, directa ou indirectamente. Fazem estudos inúteis pagos a peso de ouro pelo Zé, esse amigo do José Manuel Barroso. Ou vivem à conta das falhas do sistema (seja do sistema de Justiça, de Saúde ou de Educação).
Para quem se proclama liberal, não está nada mal, não senhor.
Estamos perante um novo PREC, um Processo de Reeducação Em Curso.
Gostava sinceramente que os liberais em Portugal fossem mais do que um episódio passageiro colado com cuspo.
Como não há nem nunca houve qualquer tradição verdadeiramente liberal, o que temos são portugas típicos, a armar ao “estrangeirado”. Conservadores anacrónicos a brincar ao liberalismo, miúdos ainda espantados com a visita ao mundo civilizado que começa em vilar formoso (sem nunca terem percebido como é que realmente funciona) ou simplesmente aceleras fartos de serem multados, todos são liberais. É uma moda.
Um bocado como ser surfista há 25 anos. Não era preciso saber nadar, podia detestar-se a areia e o mar. Bastava usar o cabelo, as missangas e a roupa da tribo.
De facto, os ditos blogues liberais são, tirando uma ou outra excepção, o instrumento que revela a perícia do seu utilizador.
E o retrato não destoa do resto do País: palavras como vacuidade, presunção e aquela dose de ignorância arrogante (basta ver o número de citações de gurus liberais que alguns fazem) que nos caracteriza, encaixam na perfeição.
Mas como sou liberal e acho que todos têm direito à expressão pública, desejo aos meus amigos surfistas de subúrbio, perdão, aos meus amigos liberais agarrados as belas mamas do Estado, as maiores felicidades.
Só espero que daqui a 20 anos não se tornem furiosos defensores da nacionalização da economia e queiram erguer um muro à volta do rectângulo com duas verrugas e nove pérolas (as Berlengas não contam) plantado à beira-mar.
A ESQUERDA IRRITANTE
Há uma espécie de esquerda que me irrita. Com quem não me entendo.
É aquela esquerda, que julga poder converter o PC num partido democrático, que aceite as regras da democracia parlamentar como nós a conhecemos, apesar dos sucessivos episódios que demonstram o contrário, como este.
Ora o partido comunista nunca foi, não é nem nunca será um partido democrático. É um partido marxista-leninista. No dia em que decidir mudar de rumo extingue-se ou torna-se irrisório como aconteceu aos partidos comunistas de França, Itália ou de Espanha e ao eurocomunismo.
Será uma ideia assim tão difícil de entender?
É aquela esquerda, que julga poder converter o PC num partido democrático, que aceite as regras da democracia parlamentar como nós a conhecemos, apesar dos sucessivos episódios que demonstram o contrário, como este.
Ora o partido comunista nunca foi, não é nem nunca será um partido democrático. É um partido marxista-leninista. No dia em que decidir mudar de rumo extingue-se ou torna-se irrisório como aconteceu aos partidos comunistas de França, Itália ou de Espanha e ao eurocomunismo.
Será uma ideia assim tão difícil de entender?
8/07/2007
SAIR DO ARMÁRIO
Não é preciso ser especialmente culto para se perceber que nós temos uma profunda e enraizada tradição de vocações sacerdotais.
Com a democratização e a laicização, a Igreja católica deixou de ter o monopólio, o que tornou a coisa bem mais divertida.
Tenho uma especial estima e até algum carinho pelos sacerdotes que aqui e acolá, vão surgindo. O meu preferido continua a ser o Dr. Francisco Louçã, imbatível naquele seu ar meio gazeado de quem já viu a Luz, malgré a má fase que atravessa.
A blogosfera trouxe ao espaço público um conjunto alargado de pessoas que até aqui se limitavam a pregar no café, na associação lá do bairro, nas salas de aulas.
Por exemplo, o Dr. João Miranda, que costuma proferir as suas homilias aqui.
Tem um estilo entediante, tão entediante e previsível que nos provoca o sorriso, de tão burlesco.
Com a democratização e a laicização, a Igreja católica deixou de ter o monopólio, o que tornou a coisa bem mais divertida.
Tenho uma especial estima e até algum carinho pelos sacerdotes que aqui e acolá, vão surgindo. O meu preferido continua a ser o Dr. Francisco Louçã, imbatível naquele seu ar meio gazeado de quem já viu a Luz, malgré a má fase que atravessa.
A blogosfera trouxe ao espaço público um conjunto alargado de pessoas que até aqui se limitavam a pregar no café, na associação lá do bairro, nas salas de aulas.
Por exemplo, o Dr. João Miranda, que costuma proferir as suas homilias aqui.
Tem um estilo entediante, tão entediante e previsível que nos provoca o sorriso, de tão burlesco.
Continuarei a acompanhá-lo, já que não posso ver a Tertúlia Cor-de-Rosa.
Ou enquanto a revista Maria não tiver uma edição on line.
Ámen
8/06/2007
THE SILLY SEASON CHRONICLES ARE BACK
Entre as preferências gastronómicas da Kiduxa Horta ou o carro novo do tipo que parece que namoriscou a Pituxa Pirosetti, que recupera de uma injecção de botox dada por um cocainómano que lhe deixou a carinha laroca numa imitação bem conseguida de goraz morto e congelado, a silly season apresenta outros motivos igualmente interessantes.
Falo por exemplo, do retrato do País que nos é fornecido pelas inúmeras festas que, nesta altura decorrem em milhares de aldeias.
Não me refiro às imitações daquela moça-da-margem-sul-que-se-zangou-com-a- mãe-e-que-canta-aquela-coisa-do-pisca-pisca ou daquele rapaz de Setúbal cujo nome artístico me faz lembrar um brinquedo de noites solitárias.
Refiro-me ao raro encontro das várias realidades sociais que compõem o País. Dos avós, dos pais, dos filhos e dos netos.
Da ruralidade desenhada a escopro na cara dos avós, do traço rural suavizado por anos de subúrbio nos pais, do made in Amadora ou Seixal que caracteriza os filhos e dos netos zara.
É este Portugal, dos avós que ficaram, dos pais que com maior ou menor esforço e em maior ou menor grau triunfaram na cidade, dos filhos encartados mas aflitos, lentamente devorados pelo mundo global que lhes caiu em cima e dos netos que só vêem os avós no habitual almoço de domingo uma vez por mês, do qual saem a correr, entre beijinhos de naftalina e uma nota de 20 euros que se anicha furtiva no bolsinho timberland.
É este Portugal desequilibrado, dos milhões desperdiçados diariamente nas viagens subúrbio/subúrbio, de terra com ar de resignação que se avista da auto-estrada, que se encontra no Verão.
Reequilibrar tudo isto não passa pelo triste e miserável discurso dos comensais instalados.
O mundo rural, as aldeias não precisam das repartições de finanças ou dos hospitais que nunca tiveram nem nunca vão ter.
Precisam de gente e gente precisa de rendimento. É tão simples como isto. Precisa de uma agricultura moderna, de terrenos disponíveis, de uma outra política florestal.
Não me importo de pagar impostos para que o Estado assegure o investimento inicial necessário para que as pessoas vão ou regressem ao campo. Porque uma árvore não é uma pizzaria de subúrbio, demora mais tempo a produzir rendimento. E porque quem tem a lucidez de pegar nas malinhas, deixar o T2 em São Domingos de Rana e ir para uma aldeia a 50 km de qualquer outra coisa, explorar a terra, merece muito mais ser subsidiado que o empresário manhoso da empresa de vão de escada.
Infelizmente, como nas aldeias as pessoas escasseiam e por isso, escasseiam os votos, ninguém demonstra estar efectivamente preocupado com o seu fim.
O problema é que o fim das aldeias é também o prenúncio da deterioração ainda maior da qualidade de vida nos gigantescos subúrbios que se vão (de)formar, emaranhado sem gestão possível.
O fim das aldeias é o princípio do fim da cidade, “as we know it”.
Valha-nos a semaninha em benidorm uma vez por ano.
Falo por exemplo, do retrato do País que nos é fornecido pelas inúmeras festas que, nesta altura decorrem em milhares de aldeias.
Não me refiro às imitações daquela moça-da-margem-sul-que-se-zangou-com-a- mãe-e-que-canta-aquela-coisa-do-pisca-pisca ou daquele rapaz de Setúbal cujo nome artístico me faz lembrar um brinquedo de noites solitárias.
Refiro-me ao raro encontro das várias realidades sociais que compõem o País. Dos avós, dos pais, dos filhos e dos netos.
Da ruralidade desenhada a escopro na cara dos avós, do traço rural suavizado por anos de subúrbio nos pais, do made in Amadora ou Seixal que caracteriza os filhos e dos netos zara.
É este Portugal, dos avós que ficaram, dos pais que com maior ou menor esforço e em maior ou menor grau triunfaram na cidade, dos filhos encartados mas aflitos, lentamente devorados pelo mundo global que lhes caiu em cima e dos netos que só vêem os avós no habitual almoço de domingo uma vez por mês, do qual saem a correr, entre beijinhos de naftalina e uma nota de 20 euros que se anicha furtiva no bolsinho timberland.
É este Portugal desequilibrado, dos milhões desperdiçados diariamente nas viagens subúrbio/subúrbio, de terra com ar de resignação que se avista da auto-estrada, que se encontra no Verão.
Reequilibrar tudo isto não passa pelo triste e miserável discurso dos comensais instalados.
O mundo rural, as aldeias não precisam das repartições de finanças ou dos hospitais que nunca tiveram nem nunca vão ter.
Precisam de gente e gente precisa de rendimento. É tão simples como isto. Precisa de uma agricultura moderna, de terrenos disponíveis, de uma outra política florestal.
Não me importo de pagar impostos para que o Estado assegure o investimento inicial necessário para que as pessoas vão ou regressem ao campo. Porque uma árvore não é uma pizzaria de subúrbio, demora mais tempo a produzir rendimento. E porque quem tem a lucidez de pegar nas malinhas, deixar o T2 em São Domingos de Rana e ir para uma aldeia a 50 km de qualquer outra coisa, explorar a terra, merece muito mais ser subsidiado que o empresário manhoso da empresa de vão de escada.
Infelizmente, como nas aldeias as pessoas escasseiam e por isso, escasseiam os votos, ninguém demonstra estar efectivamente preocupado com o seu fim.
O problema é que o fim das aldeias é também o prenúncio da deterioração ainda maior da qualidade de vida nos gigantescos subúrbios que se vão (de)formar, emaranhado sem gestão possível.
O fim das aldeias é o princípio do fim da cidade, “as we know it”.
Valha-nos a semaninha em benidorm uma vez por ano.
7/31/2007
O QUE FAZER COM ESTE PARTIDO? (RASCUNHO)
(Este texto é uma versão ainda não revista)
O PSD é um partido peculiar. Por um lado é um partido à moda antiga, federador de diversas tendências, de um conjunto de pessoas que não se reviam no socialismo trop gauche do PS pós-PREC. No seu seio militam social democratas, conservadores, democratas-cristãos e liberais. Por outro lado é um partido contemporâneo por isso mesmo, pela sua elasticidade ideológica.
A história do PSD deve ser contada lado a lado com a história do PS.
Para que se perceba exactamente a encruzilha em que o partido se encontra hoje e que não se resume a um problema com o seu líder.
Nos primeiros anos de democracia, enquanto o PS se encostou à esquerda democrática, estancando o eventual avanço do PCP, o PSD defendia uma maior iniciativa privada e uma menor intervenção do Estado. No entanto, se hoje analisarmos os factos, rapidamente se conclui que não existia, já naqueles momentos, uma diferença ideológica profunda, antes e só uma diferença de grau.
Mesmo que se defenda que dentro do PSD sempre existiram outras correntes para além da social democracia, a praxis política sempre demonstrou uma social democracia pura e dura.
Deve-se em parte ao PSD (e uma boa parte, diga-se) a actualização das estruturas sociais do País à realidade contemporânea. Em resumo, as bases de uma sociedade social democrata de tipo ocidental foram construídas (também) pelo PSD.
Só que ao mesmo tempo o PS fazia um lento aggiornamento da posição inicial, ou melhor, da sua praxis inicial, enquadrando-a no socialismo democrático (ou na social democracia, o que vai dar praticamente ao mesmo). A terceira via foi só o último sinal desse update.
Curiosamente foi Cavaco Silva que “percebeu”, na forma muito peculiar de perceber as coisas que o caracteriza, ou anteviu o futuro, ao anunciar o “fim” da esquerda e da direita. Descontando a imprecisão, a actualidade prova que Cavaco tinha razão.
A esquerda e a direita não acabaram, mas PS e PSD ocupam o mesmo espaço político e sensivelmente o mesmo espaço ideológico. O PSD, entretido com mais de uma década de poder, não só não se apercebeu do reposicionamento do PS, como pura e simplesmente fez cessar o debate indispensável dentro de um partido em que convive a estrita necessidade do poder para manter a coesão interna, com óbvias diferenças (e incompatibilidades) ideológicas dos militantes.
Como o PSD é um partido de poder e em Portugal poder significa Estado, torna-se inviável e até contraproducente que a ala liberal (passe a ironia) do PSD consiga tomar conta (pelo menos ideologicamente) ou sequer contar para alguma coisa dentro do partido.
O PS canibalizou o PSD. De uma forma cruel. Como a política é hoje personalizada, ou melhor, “pessoalizada”, isto é, é uma política centrada em protagonistas, basta ao PS apresentar um líder mais credível para ganhar. Ou vice-versa.
Claro que ficam de fora as ditas franjas de ambos os partidos. No PS essa “tendência” é actualmente representada por Alegre, agarrado ao PS de 76. No entanto e bem vistas as coisas, as alegadas diferenças, com excepção do esquerdismo retrógado de Alegre, dentro do PS resumem-se a questões de pormenor e de protagonismos pessoais, raramente ideológicos. Confundir isto com pensamento único é tão só errado. As “franjas do PSD têm, por assim dizer, aptidão para criar um verdadeiro partido de direita em Portugal, ou em alternativa, um verdadeiro partido liberal. Em última análise, para criar os dois. Só que isto reduziria o PSD a um Partido minoritário e obsoleto. Ninguém está disponível, pelas boas e pelas más razões, para o fazer. A fusão de ambos os partidos é pura e simplesmente impensável.
Além de que não se chega ao pé de um militante e se diz: o meu amigo desculpe, mas chegamos à conclusão que não existimos e vamos fechar a loja.
O PSD hoje só existe por tradição, por hábito e não por qualquer diferenciação ideológica relevante do PS. Apesar deste absurdo, o PSD não vai acabar, porque os partidos não se resumem a esta “lógica formal”.
Marques Mendes é apenas uma ressaca. Vamos ver se a abstinência não deixa marcas bem profundas e irreversíveis.
7/27/2007
A propósito disto
Será que nenhuma das cabecinhas bem pensantes que hibernam no ministério da educação percebeu que a memória é um bem essencial?
Será que ainda não se percebeu que o país pós-integração europeia é uma coisa frágil, com pés de barro enfiados em sapatinhos chineses?
Que há 40 anos, Portugal era um país a sair da ruralização, atrasado, ignorante e obscurantista?
Seria pedir muito que passassem profusamente nas escolas o programa do António Barreto (para lá da discussão sobre a sua qualidade) ou pelo menos fizessem um programa que mostrasse aos filhos do cavaquismo (para lá da responsabilidade pessoal de Cavaco) como viveram os seus pais e os seus avós?
O NOVO DIRECTOR-GERAL DO UMBIGO
Gente das Direitas e alguns das Esquerdas estremeceram de contentamento quando o Sr. Sarkozy foi escolhido como novo presidente da França.
Até porque o homem, passadas as necessidades estratégicas de flirt com a direita mais recalcitrante, mergulhou na 3ª via.
Alguns espíritos menos atentos rejubilaram com a nova aquisição, convencidos que Sarkozy seria um novo Blair.
O seu programa é mais uma tentativa de ter o melhor de dois mundos, seguindo também nisso Blair.
Sarkozy até pode ser melhor que Blair, digamos um upgrade de Blair.
Nada altera o problema de fundo.
Sarkozy é o presidente de um país que há muito só existe na cabeça dos franceses. Que há muito deixou de ter qualquer relevância cultural, social e civilizacional na Europa.
A história da França na Europa é esclarecedora. Sendo impossível pô-los fora por causa da sua localização geográfica, os franceses têm mantido o seu status quo à conta disso, com e sem cadeiras vazias. Perderam o império, mas continuam a comportar-se como um Império. Perderam a liderança intelectual da Europa e ressentidos com aquilo que consideram ser a falta de reconhecimento da sua superioridade, olham todos os outros com desprezo.
Naquilo que constitui a vida quotidiana dos europeus, não há um único símbolo francês da cultura pop. Um livro, um cantor, uma ideia. Nada.
A selecção francesa de futebol tinha nomes tão franceses como Zinedine Zidane ou Djorkaeff.
O Tintin, ou Jacques Brel são belgas.
A última encarnação de Marianne, Laetitia Casta, é um bocado de plástico deslavado, comparada com as antecessoras Deneuve e Bardot.
Não é um país. É um umbigo gigante.
Ora não me parece que Sarkozy seja o homem que do Eliseu diga, alto e bom som diga aquilo que os franceses precisam de ouvir.
Que o império acabou, que a França não é referência para ninguém em nenhuma parte do mundo a não ser em França e que o nível de vida dos franceses só se tem mantido com recursos a meios que a ética apregoada pelos próprios condena.
Sarkozy não o vai fazer, simplesmente porque se o tentasse era rapidamente engavetado no Hospice de Bicetre.
Até porque o homem, passadas as necessidades estratégicas de flirt com a direita mais recalcitrante, mergulhou na 3ª via.
Alguns espíritos menos atentos rejubilaram com a nova aquisição, convencidos que Sarkozy seria um novo Blair.
O seu programa é mais uma tentativa de ter o melhor de dois mundos, seguindo também nisso Blair.
Sarkozy até pode ser melhor que Blair, digamos um upgrade de Blair.
Nada altera o problema de fundo.
Sarkozy é o presidente de um país que há muito só existe na cabeça dos franceses. Que há muito deixou de ter qualquer relevância cultural, social e civilizacional na Europa.
A história da França na Europa é esclarecedora. Sendo impossível pô-los fora por causa da sua localização geográfica, os franceses têm mantido o seu status quo à conta disso, com e sem cadeiras vazias. Perderam o império, mas continuam a comportar-se como um Império. Perderam a liderança intelectual da Europa e ressentidos com aquilo que consideram ser a falta de reconhecimento da sua superioridade, olham todos os outros com desprezo.
Naquilo que constitui a vida quotidiana dos europeus, não há um único símbolo francês da cultura pop. Um livro, um cantor, uma ideia. Nada.
A selecção francesa de futebol tinha nomes tão franceses como Zinedine Zidane ou Djorkaeff.
O Tintin, ou Jacques Brel são belgas.
A última encarnação de Marianne, Laetitia Casta, é um bocado de plástico deslavado, comparada com as antecessoras Deneuve e Bardot.
Não é um país. É um umbigo gigante.
Ora não me parece que Sarkozy seja o homem que do Eliseu diga, alto e bom som diga aquilo que os franceses precisam de ouvir.
Que o império acabou, que a França não é referência para ninguém em nenhuma parte do mundo a não ser em França e que o nível de vida dos franceses só se tem mantido com recursos a meios que a ética apregoada pelos próprios condena.
Sarkozy não o vai fazer, simplesmente porque se o tentasse era rapidamente engavetado no Hospice de Bicetre.
7/26/2007
O TRIBUNO
Alegre tem direito às opiniões contrárias, a divergir, etc., etc. Tem direito a tudo, mesmo a trair a sua própria memória quando insinua comparações descabidas.
A história política de Manuel Alegre é a história de muitos portugueses. Ou pelo menos segue o mesmo padrão.
A seguir ao 25 de Abril e abortada a tentativa de bolchevização do país, sonhou com um país ideal, retalhos de um lado e de outro a que se juntava muita imaginação e diletantismo. Nada no passado recente ou no futuro minimamente previsível faria supor que tal país fosse possível.
E mesmo que fosse possível, as opções das pessoas desmentiram que fosse desejável.
É nesse país impossível, feito de homens bons e fraternos, de políticos que com uma palavra apenas poriam o mais recalcitrado indolente a trabalhar que nem um louco, que do alto de uma tribuna transformariam as relações sociais velhas de séculos, essa ideia que a democracia, pela sua natureza intrínseca triunfaria, que vive Manuel Alegre.
Muitos socialistas consideram-no uma espécie de reserva moral do Partido. Ora, Alegre não é nenhuma reserva moral simplesmente porque a moral não se prega, pratica-se.
No caso, pratica quando lhe convém. Porque nunca recusou as benesses da classe política (o argumento de que nunca aceitou um cargo no Governo é lamentável num homem que pretende ser intelectualmente sério), sempre conviveu razoavelmente bem com o aparelhismo, com a troca de favores e mais grave, com o populismo, a demagogia e o caciquismo (como no caso da co-incineração).
Manuel Alegre vive hoje no Pais que sonhou em 1976, em conjunto com um punhado de gente bem intencionada e levemente paternalista.
Lamento que cada vez mais seja visto como uma criatura anacrónica, olhada do lado de cá do espelho, com uma certa curiosidade que rapidamente se transforma em enfado.
Como diz o boneco do contra, a Manuel Alegre ninguém o cala. O problema é que eu já não tenho grande paciência para o ouvir.
A história política de Manuel Alegre é a história de muitos portugueses. Ou pelo menos segue o mesmo padrão.
A seguir ao 25 de Abril e abortada a tentativa de bolchevização do país, sonhou com um país ideal, retalhos de um lado e de outro a que se juntava muita imaginação e diletantismo. Nada no passado recente ou no futuro minimamente previsível faria supor que tal país fosse possível.
E mesmo que fosse possível, as opções das pessoas desmentiram que fosse desejável.
É nesse país impossível, feito de homens bons e fraternos, de políticos que com uma palavra apenas poriam o mais recalcitrado indolente a trabalhar que nem um louco, que do alto de uma tribuna transformariam as relações sociais velhas de séculos, essa ideia que a democracia, pela sua natureza intrínseca triunfaria, que vive Manuel Alegre.
Muitos socialistas consideram-no uma espécie de reserva moral do Partido. Ora, Alegre não é nenhuma reserva moral simplesmente porque a moral não se prega, pratica-se.
No caso, pratica quando lhe convém. Porque nunca recusou as benesses da classe política (o argumento de que nunca aceitou um cargo no Governo é lamentável num homem que pretende ser intelectualmente sério), sempre conviveu razoavelmente bem com o aparelhismo, com a troca de favores e mais grave, com o populismo, a demagogia e o caciquismo (como no caso da co-incineração).
Manuel Alegre vive hoje no Pais que sonhou em 1976, em conjunto com um punhado de gente bem intencionada e levemente paternalista.
Lamento que cada vez mais seja visto como uma criatura anacrónica, olhada do lado de cá do espelho, com uma certa curiosidade que rapidamente se transforma em enfado.
Como diz o boneco do contra, a Manuel Alegre ninguém o cala. O problema é que eu já não tenho grande paciência para o ouvir.
O caso charrua é apenas um caso tornado público porque na guerrilha “milenar” que os aparelhos (sobretudo do PS e do PSD) uma das partes resolveu lançar mão de um mecanismo pouco utilizado.
Nesta guerra de bolso que nos últimos trinta anos caracterizou a administração pública e lhe minou por completo (entre outras razões) a possibilidade de servir para o objectivo constitucionalmente determinado, o cenário é simples.
De um lado estão os aparelhos locais e distritais do partido dominante. Enchem tudo quando é repartição e departamento dos seus, que fazem a vida negra às tropas do partido da oposição.
O medo dos funcionários públicos que se fala é de dois tipos. Por um lado o medo dos incompetentes que os partidos foram despejando na administração pública. Têm medo que, passando a ser avaliados, sejam politicamente saneados e não apenas prejudicados nos seus cargos e benesses. Por outro lado há o medo de quem, nunca tendo estado sujeito a qualquer avaliação minimamente rigorosa, teme que seja avaliado por um quadro político que o lixe.
Mas o medo é sobretudo desta gente que há anos pulula na administração, com base em nomeações políticas.
Até agora a guerrilha consistia em tabefes nos adversários quando se estava na mó de cima. Da parte passiva, o papel era suportado com galhardia, pois como o sistema é rotativo, o agredido de hoje é o agressor de amanhã. Mas tirando umas escoriações, uns telemóveis retirados e uma ou outra benesse cortada, tudo corria na perfeição.
Não conheço o sr. charrua ou a sr.ª moreira e por isso não posso afirmar que podem ser tipificados como boys.
Claro que o Prof. Charrua (que não dá aulas há 2 décadas) e a Dr.ª Moreira (com aquelas poses da tipa esperta e bem falante que espremida deita duas gotinhas) são óptimos candidatos ao que se chama boys.
É por isso que acho graça a muitos dos que tem comentado esta situação como algo de novo. Como uma claustrofobia. Primeiro porque muitos deles conhecem bem melhor que eu a partidarite e o aparelhismo. Aliás, muitos nomeiam ou nomearam boys.
Porque a única diferença entre esta situação e as milhares que se passam na administração pública é que em vez de uma chapada ou de um carolo, tentou dar-se um pontapé no rabo do visado.
E isso vai contra as regras cénicas em vigor. Podem puxar os cabelos, fazer uma rasteira ou vá lá, puxar uma orelha. Mas não deixar marca.
Esta gente, estes quadros dos partidos que há anos invadem a administração pública, passam por diversos cargos sempre sem qualquer escrutínio sério são um dos cancros do país.
Fazer de um arrufo local entre dois membros dessa confraria assunto nacional, só porque um deles abusou da dose habitual, sem se discutir e relevar que o importante seria limpar de vez a Administração Pública é apenas uma forma retorcida de manter tudo como está.
Nesta guerra de bolso que nos últimos trinta anos caracterizou a administração pública e lhe minou por completo (entre outras razões) a possibilidade de servir para o objectivo constitucionalmente determinado, o cenário é simples.
De um lado estão os aparelhos locais e distritais do partido dominante. Enchem tudo quando é repartição e departamento dos seus, que fazem a vida negra às tropas do partido da oposição.
O medo dos funcionários públicos que se fala é de dois tipos. Por um lado o medo dos incompetentes que os partidos foram despejando na administração pública. Têm medo que, passando a ser avaliados, sejam politicamente saneados e não apenas prejudicados nos seus cargos e benesses. Por outro lado há o medo de quem, nunca tendo estado sujeito a qualquer avaliação minimamente rigorosa, teme que seja avaliado por um quadro político que o lixe.
Mas o medo é sobretudo desta gente que há anos pulula na administração, com base em nomeações políticas.
Até agora a guerrilha consistia em tabefes nos adversários quando se estava na mó de cima. Da parte passiva, o papel era suportado com galhardia, pois como o sistema é rotativo, o agredido de hoje é o agressor de amanhã. Mas tirando umas escoriações, uns telemóveis retirados e uma ou outra benesse cortada, tudo corria na perfeição.
Não conheço o sr. charrua ou a sr.ª moreira e por isso não posso afirmar que podem ser tipificados como boys.
Claro que o Prof. Charrua (que não dá aulas há 2 décadas) e a Dr.ª Moreira (com aquelas poses da tipa esperta e bem falante que espremida deita duas gotinhas) são óptimos candidatos ao que se chama boys.
É por isso que acho graça a muitos dos que tem comentado esta situação como algo de novo. Como uma claustrofobia. Primeiro porque muitos deles conhecem bem melhor que eu a partidarite e o aparelhismo. Aliás, muitos nomeiam ou nomearam boys.
Porque a única diferença entre esta situação e as milhares que se passam na administração pública é que em vez de uma chapada ou de um carolo, tentou dar-se um pontapé no rabo do visado.
E isso vai contra as regras cénicas em vigor. Podem puxar os cabelos, fazer uma rasteira ou vá lá, puxar uma orelha. Mas não deixar marca.
Esta gente, estes quadros dos partidos que há anos invadem a administração pública, passam por diversos cargos sempre sem qualquer escrutínio sério são um dos cancros do país.
Fazer de um arrufo local entre dois membros dessa confraria assunto nacional, só porque um deles abusou da dose habitual, sem se discutir e relevar que o importante seria limpar de vez a Administração Pública é apenas uma forma retorcida de manter tudo como está.
WOLVERINES DEPILADOS
O Público surgiu, no início da década de 90 do século passado, como um jornal inovador, rigoroso e “moderno”.
Por mais indeterminados que sejam alguns dos conceitos acima referidos, ficou clara a vertente liberal e a imagem contemporânea do jornal.
Com melhores ou piores cronistas, melhor ou pior grafismo, o Público foi ganhando o seu espaço e a sua credibilidade.
Acontece que o jornal teve azar.
Teve o azar de o seu principal accionista ter perdido uma batalha, que em termos simbólicos, significou uma derrota daquilo que o jornal (e o seu accionista) sempre defenderam: Uma sociedade forte e um Estado menos intrusivo.
A partir desse momento o público, tendo à cabeça José Manuel Fernandes, desencadeou uma guerra sem quartel contra o actual governo.
O mesmo Público que antes se enamorara por José Sócrates (como aliás boa parte da comunicação social) morde-lhe hoje as canelas.
Para ser bastante claro: Sócrates tem muitos pontos fracos e fragilidades claras. Erra. É teimoso.
Mas isso não justifica que um jornal rigoroso como o Público pretende ser, ataque permanentemente e de forma idêntica um erro grave e um fait divers mais ou menos infeliz do governo.
Não estou a falar do diploma ou sequer do caso charrua.
Estou a afirmar que existem indícios claros de que o Público se deixa utilizar para ataques ao governo e que um jornal de referência não pode baixar o seu nível só porque o seu principal accionista ficou chateado com o governo ou porque a redacção chegou à conclusão que o governo afinal é um bluff.
Um jornal sério e rigoroso não pode guardar notícias para a melhor ocasião, não pode publicar hoje rumores que ignorou ontem, só porque hoje não acredita no Primeiro-Ministro.
É-me absolutamente indiferente se o eng.º Belmiro falou com José Manuel Fernandes ou não, se lhe deu instruções ou não, até porque não faço parte da CMVM.
José Manuel Fernandes nem sequer precisava disso para iniciar a guerrilha. Estamos a falar de um wolverine. Depilado, mas de dentinhos e garras afiados.
Como na política, no jornalismo as aparências contam e as coincidências são perigosas.
Temos pena.
Por mais indeterminados que sejam alguns dos conceitos acima referidos, ficou clara a vertente liberal e a imagem contemporânea do jornal.
Com melhores ou piores cronistas, melhor ou pior grafismo, o Público foi ganhando o seu espaço e a sua credibilidade.
Acontece que o jornal teve azar.
Teve o azar de o seu principal accionista ter perdido uma batalha, que em termos simbólicos, significou uma derrota daquilo que o jornal (e o seu accionista) sempre defenderam: Uma sociedade forte e um Estado menos intrusivo.
A partir desse momento o público, tendo à cabeça José Manuel Fernandes, desencadeou uma guerra sem quartel contra o actual governo.
O mesmo Público que antes se enamorara por José Sócrates (como aliás boa parte da comunicação social) morde-lhe hoje as canelas.
Para ser bastante claro: Sócrates tem muitos pontos fracos e fragilidades claras. Erra. É teimoso.
Mas isso não justifica que um jornal rigoroso como o Público pretende ser, ataque permanentemente e de forma idêntica um erro grave e um fait divers mais ou menos infeliz do governo.
Não estou a falar do diploma ou sequer do caso charrua.
Estou a afirmar que existem indícios claros de que o Público se deixa utilizar para ataques ao governo e que um jornal de referência não pode baixar o seu nível só porque o seu principal accionista ficou chateado com o governo ou porque a redacção chegou à conclusão que o governo afinal é um bluff.
Um jornal sério e rigoroso não pode guardar notícias para a melhor ocasião, não pode publicar hoje rumores que ignorou ontem, só porque hoje não acredita no Primeiro-Ministro.
É-me absolutamente indiferente se o eng.º Belmiro falou com José Manuel Fernandes ou não, se lhe deu instruções ou não, até porque não faço parte da CMVM.
José Manuel Fernandes nem sequer precisava disso para iniciar a guerrilha. Estamos a falar de um wolverine. Depilado, mas de dentinhos e garras afiados.
Como na política, no jornalismo as aparências contam e as coincidências são perigosas.
Temos pena.
7/25/2007
FONDUE DE QUEIJO
Esta já vem com atraso, mas não posso deixar passar
O Dr. Paulo Portas, naquela sua sôfrega necessidade de mostrar a Luz e o Caminho aos portugueses, tem tido alguns revezes.
Espécie de flautista de Hamelin que incapaz de tocar flauta, usa queijo para conduzir os ratos. Mas (e nestes contos há sempre um mas) como é rapaz de boa criação e de generosa fidalguia, em vez de partir o queijo em pedaços, faz um fondue de queijo.
Paulo pensa não poder praticar política prejudicado por perniciosas peças públicas.
Paulo quer que nos esqueçamos que não sendo o pecador original, foi um torquemadazinho bem arrimado nessa fina guilhotina que se chamou “ O Independente”.
O Dr. Paulo Portas, naquela sua sôfrega necessidade de mostrar a Luz e o Caminho aos portugueses, tem tido alguns revezes.
Espécie de flautista de Hamelin que incapaz de tocar flauta, usa queijo para conduzir os ratos. Mas (e nestes contos há sempre um mas) como é rapaz de boa criação e de generosa fidalguia, em vez de partir o queijo em pedaços, faz um fondue de queijo.
Paulo pensa não poder praticar política prejudicado por perniciosas peças públicas.
Paulo quer que nos esqueçamos que não sendo o pecador original, foi um torquemadazinho bem arrimado nessa fina guilhotina que se chamou “ O Independente”.
NÓS, CONCHAS MEDÍOCRES E BAÇAS À BEIRA-MAR ESPARRAMADAS
Durante anos e anos, dessa criatura solene e obsoleta, escorreu um líquido viscoso e podre, certamente criado no seu ventre inchado, cada vez mais inchado, que de tudo se alimentou, preferindo sobretudo pacotes discretos em numerário.
Na sua ética de clã, todos se alimentaram. Amanuenses analfabetos e sisudos, que nos miravam com a altivez e o desprezo de quem domina, de quem, sem mérito ou competência, pode subjugar o outro. Licenciados em rame-rame ornamentado com frases bacocas, criaturas negando Copérnico, padrecas de fato cheio de caspa.
Todos fizeram pela vidinha. De forma despudorada, não só nada dando em troca, como pactuando, por acção ou omissão, com todo o tipo de trapaças.
Vem agora o Sr. Barata Lopes, Presidente da Ordem dos Notários, resmungar contra o óbvio, contra o evidente, contra o indispensável.
Diz o Sr. Barata Lopes que os cidadãos perdem garantias. Que se facilita a fraude.
Como é que este senhor tem a distinta lata de abrir a boca, de sequer fazer um esgar?!
Todos nós (sobretudo aqueles que pertencem a grupos protegidos) fizemos pela vidinha. Aldrabámos e surripiámos o próximo desculpando-nos com “O Sistema”, “A Burocracia”, ou “A Lei”.
Mas como na história do outro, há uns que surripiaram mais.
E normalmente são os que, devendo estar calados, mais reclamam.
Continuamos conchas medíocres e baças à beira-mar esparramadas.
Na sua ética de clã, todos se alimentaram. Amanuenses analfabetos e sisudos, que nos miravam com a altivez e o desprezo de quem domina, de quem, sem mérito ou competência, pode subjugar o outro. Licenciados em rame-rame ornamentado com frases bacocas, criaturas negando Copérnico, padrecas de fato cheio de caspa.
Todos fizeram pela vidinha. De forma despudorada, não só nada dando em troca, como pactuando, por acção ou omissão, com todo o tipo de trapaças.
Vem agora o Sr. Barata Lopes, Presidente da Ordem dos Notários, resmungar contra o óbvio, contra o evidente, contra o indispensável.
Diz o Sr. Barata Lopes que os cidadãos perdem garantias. Que se facilita a fraude.
Como é que este senhor tem a distinta lata de abrir a boca, de sequer fazer um esgar?!
Todos nós (sobretudo aqueles que pertencem a grupos protegidos) fizemos pela vidinha. Aldrabámos e surripiámos o próximo desculpando-nos com “O Sistema”, “A Burocracia”, ou “A Lei”.
Mas como na história do outro, há uns que surripiaram mais.
E normalmente são os que, devendo estar calados, mais reclamam.
Continuamos conchas medíocres e baças à beira-mar esparramadas.
7/20/2007
LA PALISSE NA LAPA
José Pacheco Pereira com conhecimento de causa, fez ontem uma afirmação trivial, mas que explica, de forma clara, a crise no PSD: Partidos feitos para o poder, quando não têm poder estão sempre em crise.
O resto são amendoins.
O resto são amendoins.
PAULO ADAMS
Talvez as notícias que os inimigos do Paulo colocaram nos jornais o tenham prejudicado, como fazem questão de realçar os seus amigos na comunicação social.
Mas acho que esse efeito é marginal.
Simplesmente as pessoas estão fartas do Paulo. Das constantes versões do Paulo.
Do Paulo bronzeado em Fevereiro, do Paulo lívido post-mortem.
Do Paulo ministro empertigado em frente às tropas, do Paulo desajeitado na faina.
Do Paulo com patilhas e sem patilhas. De gravata e sem ela. Do Paulo predador e do Paulo angelical.
Das mil e uma personagens que o Paulo, na sua fértil imaginação e magníficos genes, cria.
E dos amigos do Paulo. Do Nuno sem a profiláctica vacina anti-rábica.
Do Telmo histérico, da Teresinha cor-de-rosa, secretária de estado das tropas hoje, dos museus amanhã.
As pessoas estão cansadas do Paulo e da sua espécie de família Adams.
Sem o humor da original, claro.
Mas acho que esse efeito é marginal.
Simplesmente as pessoas estão fartas do Paulo. Das constantes versões do Paulo.
Do Paulo bronzeado em Fevereiro, do Paulo lívido post-mortem.
Do Paulo ministro empertigado em frente às tropas, do Paulo desajeitado na faina.
Do Paulo com patilhas e sem patilhas. De gravata e sem ela. Do Paulo predador e do Paulo angelical.
Das mil e uma personagens que o Paulo, na sua fértil imaginação e magníficos genes, cria.
E dos amigos do Paulo. Do Nuno sem a profiláctica vacina anti-rábica.
Do Telmo histérico, da Teresinha cor-de-rosa, secretária de estado das tropas hoje, dos museus amanhã.
As pessoas estão cansadas do Paulo e da sua espécie de família Adams.
Sem o humor da original, claro.
DINOSSAUROS COM PELE DE LYCRA
Segundo a TSF (e sem prejuízo de ter ouvido a notícia ainda meio ensonado), os patrões (classe que equivale, pelo menos formalmente ao conceito de empresário nos países civilizados) querem eliminar da Constituição o preceito que proíbe os despedimentos ideológicos.
Por vezes, sobretudo quando os jantares são bem regados e as meninas (ontem de Espanha, hoje da Letónia) especialmente sugestivas, os patrões revelam a carcaça de dinossauro que têm por baixo da pele de Lycra.
Com aquele indisfarçável ar de chicos-espertos modernaços, afirmam que “É assim que se faz na Europa…”.
Curiosamente a Suécia ou a Dinamarca só servem para direitos. O “modelo” é convenientemente amputado dos deveres. Como por exemplo, não gastar fundos comunitários em piscinas, leões de jardim e outras minudências, ou não descapitalizar a empresa para comprar casinhas discretas mas bem equipadas para as amantes. E já agora pagar impostos.
Pelo menos o PC tem a vantagem de, embora metendo aqui e acolá uma gravata e um fatinho de corte rasca, continuar a ser aquilo que sempre foi, sem qualquer pejo: um partido estalinista puro e duro, amigo desse grande democrata da Coreia do Norte. Pelo menos não disfarçam.
Tanto.
Por vezes, sobretudo quando os jantares são bem regados e as meninas (ontem de Espanha, hoje da Letónia) especialmente sugestivas, os patrões revelam a carcaça de dinossauro que têm por baixo da pele de Lycra.
Com aquele indisfarçável ar de chicos-espertos modernaços, afirmam que “É assim que se faz na Europa…”.
Curiosamente a Suécia ou a Dinamarca só servem para direitos. O “modelo” é convenientemente amputado dos deveres. Como por exemplo, não gastar fundos comunitários em piscinas, leões de jardim e outras minudências, ou não descapitalizar a empresa para comprar casinhas discretas mas bem equipadas para as amantes. E já agora pagar impostos.
Pelo menos o PC tem a vantagem de, embora metendo aqui e acolá uma gravata e um fatinho de corte rasca, continuar a ser aquilo que sempre foi, sem qualquer pejo: um partido estalinista puro e duro, amigo desse grande democrata da Coreia do Norte. Pelo menos não disfarçam.
Tanto.
NÃO SERIA MELHOR JUNTAR O ÚTIL AO AGRADÁVEL E MANDÁ-LO PARA A LUA?
Seixal, 19 de Julho de 2007. Manifestantes à porta de um centro de saúde reagindo ao fecho do SAP. Panfletos, cartazes e bandeirinhas. A senhora que tem de fazer uns tratamentos (deve ser vampira e portanto, só pode fazer os tratamentos a partir da meia-noite) e que não pode deslocar-se à Amora (ou lá perto).
Enfim. Entre a confusão habitual e alguma razão porventura. Tudo dentro do normal. Até que surge a frase fatídica e com direitos de autor: a luta continua, ministro para a rua!
Meus amigos do kolkhoze do Seixalizistão…
Temos de mudar a frase. Disfarçar a coisa. Fazer de conta que acreditamos na democracia parlamentar, nessa coisa burguesa.
E no caso concreto, juntar o útil ao agradável.
Em vez de mandarmos o Sr. Correia de Campos para a rua, porque não mandá-lo para a Lua?
Porque se o mandamos simplesmente para a rua, ele pode voltar a entrar. Com a desculpa que se esqueceu do chapéu-de-chuva ou da agenda. Barrica-se na casa-de-banho e ninguém o tira de lá. O que não é bom para ninguém, pois o homem, com aquele vício do despacho que afecta todos os que chegam a titulares de cargos públicos, começa a despachar nos rolos de papel higiénico. E imaginem, camaradas, o constrangimento dos funcionários do ministério, divididos entre a urgência provocada pela garrafa e meia de vinho verde do almoço e a incomodidade de estar de costas para o Sr. Ministro e ainda por cima com as mãos ocupadas…e o homem a despachar: nomeio o sr. Armindo Antunes, licenciado em engenharia botânica, sub-director adjunto da região sul para a contratação de fornecedores de pensos rápidos tipo e27 ISO40031. E a telefonar a um dos seus assessores:
- Oh Albuquerque, mas quem é este Antunes, pá?
- É sobrinho do primo do tio do rapaz que está no bar da estrutura local…
- E percebe alguma coisa de pensos rápidos?
- Absolutamente nada, Sr. Ministro! Assegurei-me pessoalmente que não percebe nada de pensos. Vai ficar-se pelo trivial. Perfumes carotes e almoçaradas com o cartão de crédito, uma cadeira nova para o gabinete. Avisei-o inclusivamente que o carro não podia ultrapassar os 2.000cc! Damage control, Sr. Ministro, damage control!
- Ainda bem. Podia ter calhado um tipo que percebesse efectivamente da matéria, com vontade de mudar as coisas, de as tornar racionais e lá tínhamos a estrutura local aos pulos…
- Nada disso, Sr. Ministro! Estamos a falar de um funcionário com uma carreira sólida e exemplar! Já passou pela Segurança Social, pelo Instituto de Emprego, pela Educação, sempre com resultados adequados.
- É por isso que eu gosto de si, Albuquerque! Rápido e eficiente! Como os pensos, veja lá a coincidência.
Camaradas. Temos pois de evitar este tipo de situações. Despachar na casa-de-banho não é adequado, mesmo quando estamos a falar de um membro do governo socialista de direita. Porque o homem acaba por ficar no papel de vítima.
Em vez de gritarmos o slogan habitual, vamos passar a gritar: A LUTA CONTINUA, MINISTRO PARA A LUA.
É que o Socras, com aquela mania das novas tecnologias, acaba por aderir à ideia e o ministro vai ser o primeiro português a lá chegar.
Bem pode o governo mandar foguetes e fazer a festa que já ninguém tira o título de primeiro a chegar ao espaço à nossa camarada Laika.
Enfim. Entre a confusão habitual e alguma razão porventura. Tudo dentro do normal. Até que surge a frase fatídica e com direitos de autor: a luta continua, ministro para a rua!
Meus amigos do kolkhoze do Seixalizistão…
Temos de mudar a frase. Disfarçar a coisa. Fazer de conta que acreditamos na democracia parlamentar, nessa coisa burguesa.
E no caso concreto, juntar o útil ao agradável.
Em vez de mandarmos o Sr. Correia de Campos para a rua, porque não mandá-lo para a Lua?
Porque se o mandamos simplesmente para a rua, ele pode voltar a entrar. Com a desculpa que se esqueceu do chapéu-de-chuva ou da agenda. Barrica-se na casa-de-banho e ninguém o tira de lá. O que não é bom para ninguém, pois o homem, com aquele vício do despacho que afecta todos os que chegam a titulares de cargos públicos, começa a despachar nos rolos de papel higiénico. E imaginem, camaradas, o constrangimento dos funcionários do ministério, divididos entre a urgência provocada pela garrafa e meia de vinho verde do almoço e a incomodidade de estar de costas para o Sr. Ministro e ainda por cima com as mãos ocupadas…e o homem a despachar: nomeio o sr. Armindo Antunes, licenciado em engenharia botânica, sub-director adjunto da região sul para a contratação de fornecedores de pensos rápidos tipo e27 ISO40031. E a telefonar a um dos seus assessores:
- Oh Albuquerque, mas quem é este Antunes, pá?
- É sobrinho do primo do tio do rapaz que está no bar da estrutura local…
- E percebe alguma coisa de pensos rápidos?
- Absolutamente nada, Sr. Ministro! Assegurei-me pessoalmente que não percebe nada de pensos. Vai ficar-se pelo trivial. Perfumes carotes e almoçaradas com o cartão de crédito, uma cadeira nova para o gabinete. Avisei-o inclusivamente que o carro não podia ultrapassar os 2.000cc! Damage control, Sr. Ministro, damage control!
- Ainda bem. Podia ter calhado um tipo que percebesse efectivamente da matéria, com vontade de mudar as coisas, de as tornar racionais e lá tínhamos a estrutura local aos pulos…
- Nada disso, Sr. Ministro! Estamos a falar de um funcionário com uma carreira sólida e exemplar! Já passou pela Segurança Social, pelo Instituto de Emprego, pela Educação, sempre com resultados adequados.
- É por isso que eu gosto de si, Albuquerque! Rápido e eficiente! Como os pensos, veja lá a coincidência.
Camaradas. Temos pois de evitar este tipo de situações. Despachar na casa-de-banho não é adequado, mesmo quando estamos a falar de um membro do governo socialista de direita. Porque o homem acaba por ficar no papel de vítima.
Em vez de gritarmos o slogan habitual, vamos passar a gritar: A LUTA CONTINUA, MINISTRO PARA A LUA.
É que o Socras, com aquela mania das novas tecnologias, acaba por aderir à ideia e o ministro vai ser o primeiro português a lá chegar.
Bem pode o governo mandar foguetes e fazer a festa que já ninguém tira o título de primeiro a chegar ao espaço à nossa camarada Laika.
7/19/2007
MANGAS DE ALPACA
Até podia ser uma forma mais ou menos encapotada de dificultar a coisa. Mas nem isso chega a ser. Fica-se pelo ridículo, pelo mundo decretado por quem não o vive.
O panfleto anexo é a demonstração cabal do espírito de mangas de alpaca, dos adoradores de fotocópias e formulários encartados.
Aliás, toda esta tramitação (palavra linda, não é?!) só fomenta o envelope branco ligeiramente obeso que passa de uma mão para outra num café próximo.
Tudo por causa de um documento amarelo desmaio (enquanto não entra em circulação o novo cu.
Diria mesmo que não há cu que os aguente.
O panfleto anexo é a demonstração cabal do espírito de mangas de alpaca, dos adoradores de fotocópias e formulários encartados.
Aliás, toda esta tramitação (palavra linda, não é?!) só fomenta o envelope branco ligeiramente obeso que passa de uma mão para outra num café próximo.
Tudo por causa de um documento amarelo desmaio (enquanto não entra em circulação o novo cu.
Diria mesmo que não há cu que os aguente.
7/17/2007
INDEPENDÊNCIA
Helena Roseta foi ontem à Sicnotícias representar a rábula da independência e dos “cidadãos”.
Entende que a vida política não se esgota nos partidos e que as pessoas estão fartas do seu modus vivendi.
Reuniu então um grupo de amigos e concorreu à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa.
Quem quiser ser objectivo não pode deixar de considerar estas declarações como um péssimo exemplo de democracia e não o contrário, como a arq.ª gosta de afirmar.
Helena Roseta ofereceu-se como candidata pelo Partido Socialista. Estava disponível para ser apoiada pelo aparelho do PS. E logo pelo aparelho da distrital de Lisboa, um dos mais vorazes, caciquistas e predadores (só comparável com o inenarrável PS Porto). Estava disponível para as bandeirinhas empunhadas por reformados das Beiras ou do Minho, para os “debates” cirurgicamente preparados para os media, para oferecer canetas e t-shirts. Desde que a sua cara estivesse nas t-shirts e o seu nome nas canetas.
Só concorreu como independente por causa do indeferimento tácito com que Sócrates a brindou.
Depois, reuniu um “grupo de amigos” e concorreu à maior Câmara do País. Por muito competentes que sejam os amigos da Helena (e alguns deles certamente serão), não se reúne um grupo de pessoas em meia dúzia de semanas, amanha-se um programa, concorre-se à Câmara e depois logo se vê…
A malta, os cidadãos, estão fartos de gente impreparada e incompetente, por melhores que sejam as suas intenções. Gente que está sentada nos cafés e de repente se acha capaz de mudar o mundo. Mesmo que o café seja a “Ler Devagar” ou o self-service do CCB.
A Helena pode ter óptimas ideias para além do discurso esquerdóide do pós-25 de Abril.
Podia até ser melhor candidata que António Costa.
Mas ainda não percebeu que a sua candidatura e a sua existência política padecem dos mesmos males que os partidos.
E um dia perceberá que contribui para o descrédito da vida política tanto ou mais que os partidos políticos.
A Helena Roseta nasceu e cresceu politicamente dentro dos partidos. Nunca foi independente. A única razão que a levou a sair foi o despeito.
A curto prazo, as pessoas aderem ao despeito, porque de alguma forma se sentem despeitadas pelo PS.
A longo prazo, esquecem o despeito, e os heróis do despeito tornam-se oportunistas.
Seria trágico que Helena Roseta acabasse rotulada como alguém oportunista e egocêntrico.
Todas as tragédias são pungentes, mesmo quando circunscritas, patéticas e auto-induzidas.
Entende que a vida política não se esgota nos partidos e que as pessoas estão fartas do seu modus vivendi.
Reuniu então um grupo de amigos e concorreu à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa.
Quem quiser ser objectivo não pode deixar de considerar estas declarações como um péssimo exemplo de democracia e não o contrário, como a arq.ª gosta de afirmar.
Helena Roseta ofereceu-se como candidata pelo Partido Socialista. Estava disponível para ser apoiada pelo aparelho do PS. E logo pelo aparelho da distrital de Lisboa, um dos mais vorazes, caciquistas e predadores (só comparável com o inenarrável PS Porto). Estava disponível para as bandeirinhas empunhadas por reformados das Beiras ou do Minho, para os “debates” cirurgicamente preparados para os media, para oferecer canetas e t-shirts. Desde que a sua cara estivesse nas t-shirts e o seu nome nas canetas.
Só concorreu como independente por causa do indeferimento tácito com que Sócrates a brindou.
Depois, reuniu um “grupo de amigos” e concorreu à maior Câmara do País. Por muito competentes que sejam os amigos da Helena (e alguns deles certamente serão), não se reúne um grupo de pessoas em meia dúzia de semanas, amanha-se um programa, concorre-se à Câmara e depois logo se vê…
A malta, os cidadãos, estão fartos de gente impreparada e incompetente, por melhores que sejam as suas intenções. Gente que está sentada nos cafés e de repente se acha capaz de mudar o mundo. Mesmo que o café seja a “Ler Devagar” ou o self-service do CCB.
A Helena pode ter óptimas ideias para além do discurso esquerdóide do pós-25 de Abril.
Podia até ser melhor candidata que António Costa.
Mas ainda não percebeu que a sua candidatura e a sua existência política padecem dos mesmos males que os partidos.
E um dia perceberá que contribui para o descrédito da vida política tanto ou mais que os partidos políticos.
A Helena Roseta nasceu e cresceu politicamente dentro dos partidos. Nunca foi independente. A única razão que a levou a sair foi o despeito.
A curto prazo, as pessoas aderem ao despeito, porque de alguma forma se sentem despeitadas pelo PS.
A longo prazo, esquecem o despeito, e os heróis do despeito tornam-se oportunistas.
Seria trágico que Helena Roseta acabasse rotulada como alguém oportunista e egocêntrico.
Todas as tragédias são pungentes, mesmo quando circunscritas, patéticas e auto-induzidas.
7/16/2007
THE ONE AND ONLY WINNER
Neste afã de contagem de baixas e tiros em porta-aviões, não se repara no único e verdadeiro vencedor das eleições: Gonçalo da Câmara Pereira.
Reparem que o rapaz mal consegue articular uma frase em português minimamente inteligível. Não tem um programa. O Partido que o sustenta tem como presidente um irmão e membros da família espalhados pelos corpos sociais.
É verdade que está longe do estilo e da imaginação dos candidatos à presidência da república brasileira, como Enéas Carneiro, mas a verdade é que nem Herman José, nos seus bons velhos tempos, criaria uma personagem tão bem esgalhada.
Mesmo assim obteve 745 votos.
Mesmo que alguns eleitores tivessem votado nele por confusão com a sigla PPM, pensando que significava Partido do Primeiro-Ministro, ou Partido para Pontapear Mendes, ou ainda Partido do Pedro Mantorras, isso não explica tudo.
700 eleitores votaram no Gonçalo. Isto é uma vitória retumbante para quem não tem máquina absolutamente nenhuma. Tivesse a máquina da Arq.ª Roseta ou do Eng.º Carmona e milhares, quiçá, dezenas de milhar de lisboetas teriam elegido o fadista.
Reparem que o rapaz mal consegue articular uma frase em português minimamente inteligível. Não tem um programa. O Partido que o sustenta tem como presidente um irmão e membros da família espalhados pelos corpos sociais.
É verdade que está longe do estilo e da imaginação dos candidatos à presidência da república brasileira, como Enéas Carneiro, mas a verdade é que nem Herman José, nos seus bons velhos tempos, criaria uma personagem tão bem esgalhada.
Mesmo assim obteve 745 votos.
Mesmo que alguns eleitores tivessem votado nele por confusão com a sigla PPM, pensando que significava Partido do Primeiro-Ministro, ou Partido para Pontapear Mendes, ou ainda Partido do Pedro Mantorras, isso não explica tudo.
700 eleitores votaram no Gonçalo. Isto é uma vitória retumbante para quem não tem máquina absolutamente nenhuma. Tivesse a máquina da Arq.ª Roseta ou do Eng.º Carmona e milhares, quiçá, dezenas de milhar de lisboetas teriam elegido o fadista.
Como o sporting não contratou ninguém; no Iraque o número de mortos não ultrapassou o padrão corriqueiro; correia de campos e mário lino estão de férias; manuel pinho idem; vou ter de falar de umas eleições no concelho de lisboa
Rápidas e curtas:
telmo correia não conseguiria ser eleito para administrador do condomínio, quanto mais para vereador;
o zé faz falta, mas cada vez menos;
o velho cruzador vermelho tremeu, tremeu, mas lá se aguentou;
roseta. está tudo bem, desde que tenha um mic(rofone).
mancha negra. o homem continua com os tiques do tempo em que trabalhava com um martelinho na mão.
ter ar de totó compensa. Fazer de conta que não se passa nada, também. à atenção dos candidatos a político local.
ganhar o totoloto com apostas em quase todos os números. Ainda por cima com um prémio pífio.
o gonçalo fadista teve mais que um voto! sem dúvida que ganhou.
Agora a sério.
Costa ganhou naturalmente, sem grande brilho ou fulgor. Foi esperto, manteve-se calado e sossegado. Telmo Correia não consegue ganhar nada e os seus apelos desesperados aos velhinhos foram patéticos. O Zé começa a ser entediante e este foi mais um aviso para o Bloco. Ruben não quis ou não pôde perceber que atacar o Governo era um mau caminho. À tangente. Negrão foi altivo, petulante, impreparado. Uma nódoa. Negra. Na testa de Mendes que se pôs a jeito. Prepara-se o carreirismo. “Isto” foi só o arranque. Roseta acabou num flop, encostada a Ruben. Com sequências brilhantes como esta: Salas de Chuto? Claro que sim! A ideia de salas móveis é errada. As pessoas têm de se habituar a conviver com os problemas. Mas primeiro é preciso dialogar, falar com as pessoas. Vá a senhora vereadora dialogar com as “pessoas” e propor uma salinha de chuto lá no bairro e aguarde, sentadinha pela resposta. Em materiais de construção. Pontiagudos. Carmona ainda conseguiu os votos que se sabe porque fez o papel de vítima e o portuga adora vítimas, sobretudo quando são vítimas da “porca da política”.
Nenhum dos candidatos soube ou quis marcar a diferença, ser ambicioso sem ser irrealista.
A resposta foi clara.
Rápidas e curtas:
telmo correia não conseguiria ser eleito para administrador do condomínio, quanto mais para vereador;
o zé faz falta, mas cada vez menos;
o velho cruzador vermelho tremeu, tremeu, mas lá se aguentou;
roseta. está tudo bem, desde que tenha um mic(rofone).
mancha negra. o homem continua com os tiques do tempo em que trabalhava com um martelinho na mão.
ter ar de totó compensa. Fazer de conta que não se passa nada, também. à atenção dos candidatos a político local.
ganhar o totoloto com apostas em quase todos os números. Ainda por cima com um prémio pífio.
o gonçalo fadista teve mais que um voto! sem dúvida que ganhou.
Agora a sério.
Costa ganhou naturalmente, sem grande brilho ou fulgor. Foi esperto, manteve-se calado e sossegado. Telmo Correia não consegue ganhar nada e os seus apelos desesperados aos velhinhos foram patéticos. O Zé começa a ser entediante e este foi mais um aviso para o Bloco. Ruben não quis ou não pôde perceber que atacar o Governo era um mau caminho. À tangente. Negrão foi altivo, petulante, impreparado. Uma nódoa. Negra. Na testa de Mendes que se pôs a jeito. Prepara-se o carreirismo. “Isto” foi só o arranque. Roseta acabou num flop, encostada a Ruben. Com sequências brilhantes como esta: Salas de Chuto? Claro que sim! A ideia de salas móveis é errada. As pessoas têm de se habituar a conviver com os problemas. Mas primeiro é preciso dialogar, falar com as pessoas. Vá a senhora vereadora dialogar com as “pessoas” e propor uma salinha de chuto lá no bairro e aguarde, sentadinha pela resposta. Em materiais de construção. Pontiagudos. Carmona ainda conseguiu os votos que se sabe porque fez o papel de vítima e o portuga adora vítimas, sobretudo quando são vítimas da “porca da política”.
Nenhum dos candidatos soube ou quis marcar a diferença, ser ambicioso sem ser irrealista.
A resposta foi clara.
7/13/2007
LISBOA VISTA DO SUBÚRBIO
Para quem, como eu, mora no subúrbio, a recente campanha eleitoral para a Câmara Municipal de Lisboa foi um puro acto de esquizofrenia.
Os candidatos à Câmara continuam a falar (e presume-se a pensar) como se Lisboa fosse uma ilha isolada no meio do oceano e não apenas um entre 18 concelhos, de uma área onde vivem mais de 2,5 milhões de pessoas.
Apontar “soluções” para o problema do trânsito, do ambiente ou da rede de transportes públicos é pois um exercício inútil, enquanto não se criar uma estrutura de poder político legitimado pelo voto que englobe a AML.
Julgo que o problema é tão grave que nem sequer permite teorizações sobre os benefícios e malefícios da regionalização.
Aliás, por mim podem chamar-lhe regionalização parcial, favas com chouriço ou kleenex.
Desde que criem de vez a porra da estrutura metropolitana.
Os candidatos à Câmara continuam a falar (e presume-se a pensar) como se Lisboa fosse uma ilha isolada no meio do oceano e não apenas um entre 18 concelhos, de uma área onde vivem mais de 2,5 milhões de pessoas.
Apontar “soluções” para o problema do trânsito, do ambiente ou da rede de transportes públicos é pois um exercício inútil, enquanto não se criar uma estrutura de poder político legitimado pelo voto que englobe a AML.
Julgo que o problema é tão grave que nem sequer permite teorizações sobre os benefícios e malefícios da regionalização.
Aliás, por mim podem chamar-lhe regionalização parcial, favas com chouriço ou kleenex.
Desde que criem de vez a porra da estrutura metropolitana.
7/11/2007
Silly Season
Há um blog que eu não deixo de ler (quase) todos os dias e que aconselho:
http://portugaldospequeninos.blogspot.com/
O autor é uma mistura de João Coito e de sucedâneo de VPV. A não perder. Do melhor humor que se faz em Portugal.
http://portugaldospequeninos.blogspot.com/
O autor é uma mistura de João Coito e de sucedâneo de VPV. A não perder. Do melhor humor que se faz em Portugal.
7/10/2007
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
Depois de Mário Lino ter anunciado que a margem sul era um deserto, eis que, após o debate de ontem com os candidatos a Lisboa, o deserto instalou-se definitivamente na margem norte do Tejo.
O completo deserto de ideias. Entre o salvem os velhinhos do sr. telmo e o tom de conversa de tasca do compincha Gonçalo, nada de novo, de verdadeiramente importante, foi dito.
Com uma excepção. Garcia Pereira. Foi o único que demonstrou ter ideias claras e precisas sobre o que quer, o único com uma ideia estratégica para a cidade e para a região.
Estivéssemos num país verdadeiramente civilizado e ultrapassasse Garcia Pereira a cassete marxista-leninista e as coisas seriam bem diferentes.
O completo deserto de ideias. Entre o salvem os velhinhos do sr. telmo e o tom de conversa de tasca do compincha Gonçalo, nada de novo, de verdadeiramente importante, foi dito.
Com uma excepção. Garcia Pereira. Foi o único que demonstrou ter ideias claras e precisas sobre o que quer, o único com uma ideia estratégica para a cidade e para a região.
Estivéssemos num país verdadeiramente civilizado e ultrapassasse Garcia Pereira a cassete marxista-leninista e as coisas seriam bem diferentes.
7/06/2007
Cucurbita Máxima
Tenho isto plantado no Quintal, no meio disto.
Espantosamente fala.
Todas as manhãs me cumprimenta e me pede que a arranque e mande para a Austrália. Está convencida que é Primeiro-Ministro daquele País. E eu a pensar, na minha ignorância de urbano, que a bizarria estava restrita ao reino animal.
Ele há cada planta mais estranha!
Nós já tivemos até uma Beringela nomeada para chefe do governo, se bem me lembro…
Será que a culpa é das culturas transgénicas?
Ajude-me, Eng.º Sousa Veloso
Todas as manhãs me cumprimenta e me pede que a arranque e mande para a Austrália. Está convencida que é Primeiro-Ministro daquele País. E eu a pensar, na minha ignorância de urbano, que a bizarria estava restrita ao reino animal.
Ele há cada planta mais estranha!
Nós já tivemos até uma Beringela nomeada para chefe do governo, se bem me lembro…
Será que a culpa é das culturas transgénicas?
Ajude-me, Eng.º Sousa Veloso
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