10/08/2007

TRATADO DE CARRAPICHANA

A Europa tornou-se numa ruela cheia de burocratas, que produzem coisas tão importantes e decisivas, verdadeiros monumentos jurídicos, capazes de fazer corar Jean Monnet ou Schuman, como por exemplo, o Regulamento CE n.º 1111/2007, que fixa as restituições à exportação do açúcar branco e do açúcar bruto no estado inalterado. Ou esse compêndio de 200 anos da melhor ciência jurídica europeia que é o Regulamento n.º 1019/2007 que proíbe a pesca da bolota nas águas norueguesas da zona CIEM IV pelos navios que arvoram pavilhão da Alemanha. Isto porque os alemães são, como toda a gente sabe, açambarcadores. Mandam-se ao mar e pescam tudo o que lhes aparece. Bolotas, melancias, nozes, eu sei lá.
Por tudo isto devíamos ponderar se vale a pena associar o nome de Lisboa a um tratado que não vai ficar na história nem servir para nada.
Para lhe dar alguma utilidade e visto que Lisboa não precisa de mais publicidade, proponho que seja assinado na Carrapichana, magnífica freguesia do Concelho de Celorico da Beira, com uma história tão portuguesa. Pelo menos teria a visita de alguns milhares de estudantes europeus de direito. E de alguns eurocratas, encantados com a discrição dos autóctones.
A Carrapichana agradece.
E eu também.

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