9/25/2007

GENTE CRESCIDA COM A MESADA DO PAPÁ


A Lusoponte, que tem entre os seus accionistas algumas empresas de construção civil, conseguiu um pacto leonino quando construiu a Ponte Vasco da Gama.
Tal deve-se ao facto de o Estado ter uma posição negocial fraca, absolutamente incompatível com os seus “accionistas”, que somos todos nós.
Numa sociedade onde muitos dos accionistas não contribuem com os suprimentos acordados e fogem de todas as obrigações acessórios o resultado é este.
Acresce a isto que a nossa sociedade ainda não percebeu que não pode continuar a ter um objecto tão amplo e tão difuso.
Trocando por miúdos.

O Estado apresenta-se nestas situações numa posição vulnerável porque gere mal as contribuições que alguns de nós fazem o favor de lhe entregar. Financia sobretudo arrivismos sociais de classe média, legítimos aliás, mas injustificáveis.
Ao tentar fazer tudo, nada faz.
Depois, naquilo em que devia ser forte, como neste caso, é uma espécie de insolvente desesperado perante o agiota manhoso.
Do lado de lá está um conjunto de gente grande que nunca deu um passo sem recorrer à mesada do papá.
Era assim quando o papá se chamava Oliveira Salazar e a mesada se apresentava como condicionamento industrial e continua assim, hoje, que o papá responde por outros nomes e usa outras estratégias.

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