5/24/2007

Tenho a noção que ser ministro da saúde dá cabo da dita.

Que temos uma história de ministros da saúde cilindrados pelos abutres que pululam à sua volta.

Que muitas pessoas exercem as suas funções nas respectivas classes (médicos, enfermeiros, farmacêuticos) em plena liberdade, mas sem a mínima responsabilidade social.

Posto isto não posso deixar de considerar que Correia de Campos tem exercido a sua função sem o bom senso que lhe é exigível.

Não se trata tanto das medidas em si, mas da forma como ele as apresenta ou faz que apresenta, sugere, alvitra, como se estivesse no café do seu bairro a falar com os amigos.

Aquilo que eu exijo de um ministro da saúde é que me explique, de uma forma clara, quais são as suas grandes opções e não que ciclicamente venha para a comunicação social apresentar hipóteses de forma avulsa.

Repito que provavelmente concordo com muitas das medidas que Correia de Campos toma (fecho das maternidades, por exemplo). Mas não concordo com a forma desarticulada como as aborda e tenta implementar.

Posto isto e sublinhando que Correia de Campos é o principal responsável por aquilo que diz e faz, não posso deixar de referir a atitude da oposição.

Em vez de pedirem, de forma histérica e inconsequente, a presença na Assembleia da República, da Ministra da Educação por causa de um alegado fundamentalismo de um funcionário político ou do Ministro Mário Lino por ter concluído uma evidência, deviam exigir que Correia de Campos definisse e apresentasse de uma vez por todas, as suas opções para a Saúde. Só que isso, para ser sério e rigoroso, dá muito trabalho, porque é necessário ter soluções alternativas que sejam fundamentadas e credíveis. Implica estudo, ponderação, trabalho.

Enquanto a oposição se resumir ao vácuo do “A meio caminho de lado nenhum”…

Estamos quilhados.

Duplamente quilhados.

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