8/09/2007

OS MEUS FAVORITOS II (SECÇÃO NORTE)



ORLANDO GASPAR, foi durante anos líder da concelhia do Porto. Houve renovação.
O actual líder é Orlando Soares Gaspar.




Que estranho…será coincidência? É. Por mero acaso, o actual líder tem o mesmo nome do líder histórico. Podia chamar-se Firmino, Zé Manel ou Xenofonte (se os senhores do registo deixassem, claro!) Gaspar.

Pormenor adicional e de somenos importância. O actual líder é filho do histórico líder.


MARCO ANTÓNIO COSTA (o artista anteriormente conhecido por Marco António)

Este rapaz é uma espécie de braço direito de Luís Filipe Menezes. Mas nem Menezes é Júlio César, nem Marco António é o seu homónimo romano.



Para abreviar. Pedro Duarte mas “em mais tosco”.


JOÃO TEIXEIRA LOPES

Este senhor é doutorado em sociologia. A sério. Mas não exerce.

O que ele gosta mesmo é de ser trucidado por Rui Rio.










A “coisa” parece um daqueles filmes franceses meio underground, com pinceladas de sado-masoquismo, puro e duro.

Apesar de ser particularmente irritante, desperta-me um profundo sentimento de comiseração.

ILDA FIGUEIREDO

É o Prof. Dr. João Teixeira Lopes, mas em estilo menos totó e em versão vagamente feminina.


A senhora parece que está sempre aflita, que acabou de ver qualquer coisa que a chocou. Uma família disfuncional, um camarada a ler o último livro de Zita Seabra, sei lá…


NUNO MELO

Este rapazola é da safra da Juventude do seu Partido, aliás, como o Pedro e o Marco são do seu.


É um rapaz simpático, educado, com ideias modernas.
Dispensa grandes considerações. A criatura fala por si.
Estou convencido que os seus amigos de café o levam a sério.

8/08/2007

OS MEUS FAVORITOS I


Gosto especialmente deste rapaz. Acumula duas grandes escolas da política: a distrital do Porto e a JSD, sabe falar sobre tudo sem dizer nada, está sempre pronto a defender os que o apoiam lá na sua terrinha, é especialista em Generalidades.

Faz-me lembrar aqueles futebolistas toscos e caceteiros que certos treinadores adoram, que entram na segunda parte, rebentam com o tendão de Aquiles, ou em casos mais urgentes, com a tíbia e o perónio do craque adversário, levam um amarelo e passam o resto do jogo a mandar biqueiradas na bola.

Entre quem entrar para treinador do PSD, de certeza que não vai dispensar tamanho craque.

Se não soasse demasiado abichanado, diria que o rapaz é um mimo.

O FERNANDO MAMEDE QUE TINHA DE CORRER SOBRE UM PÂNTANO

Nestes dias em que a geração filha do welfare state está comodamente instalada no poder, recordo-me de António Guterres. Recordar-me de António Guterres é mau por duas razões: primeiro porque implicitamente lhe estou a passar uma certidão de óbito político (só se recorda o passado irreproduzível no presente e no futuro); segundo porque Guterres foi a maior oportunidade que tivemos e vamos ter nos próximos anos de poder dizer que à frente do Governo e do Estado temos um político como me habituei apensar os políticos.

Guterres tinha tudo para ser um Primeiro-Ministro ímpar. Tinha a inteligência, a cultura e a mundividência necessárias. Até lhe desculpava aquelas poses beatas.

Foi o último dirigente político de topo verdadeiramente bem preparado.

E no entanto falhou. A meio da corrida, saiu da pista. Regressou aos balneários, tomou um banho e foi para casa, como se não fosse nada com ele.

E se é verdade que a responsabilidade é em grande parte sua, porque lhe faltou, nos momentos decisivos, um par de frutos vermelhos que dão cor às paisagens ribatejanas, não é menos verdade que na necessária concentração para chegar ao fim, Guterres não reparou na lama que lentamente invadia a pista de tartan.

O mais curioso é que muita dessa lama, depressa transformada em pântano, foi lançada pelos seus próprios camaradas com uma mão, enquanto que com a outra davam palmadinhas nas costas de Guterres.

Ora, o homem sendo cristão, não é propriamente Cristo e não pôde, como o verdadeiro, pairar sobre as águas. Mais. Como não tinha nenhum plano tecnológico, nem sequer podia utilizar um hovercraft para passar o pantanal, ou pelo menos um daqueles barquinhos que se utilizam nos everglades norte-americanos.

São exactamente os mesmos sargentos de caserna que passo a passo fazem o mesmo a Sócrates e não há hovercraft que consiga passar tanto lamaçal.

Esperemos que Sócrates, não tendo a espessura política de Guterres, tenha pelo menos maiores frutos daqueles que dão cor ao Ribatejo.

NOVO PREC

Nessa gigantesca esplanada de café que se chama blogosfera, além dos tele-evangelistas, como referi, surgiu uma outra e curiosa fauna, composta por alguns membros que acumulam: tele-evangelistas liberais.

Falo do que se convencionou chamar “os liberais”. Como a expressão quer dizer tudo e não quer dizer nada, cabe nela um conjunto bem heterogéneo e catita.

Dividem-se em duas espécies. Por um lado temos os púberes que há 20/30 anos eram radicais de esquerda e pululavam pelos “partidos políticos revolucionários” de então. Hoje, já mais crescidotes e bem instalados, berram pelo liberalismo.

Por outro temos os filhos do cavaquismo, que nem sequer perceberam o cavaquismo, limitaram-se a usufruir das benesses do mesmo, rapazes e raparigas diplomados que tendo lido meia dúzia de livros ou pelo menos conhecendo alguém que alegadamente os leu, acham que podem mudar o mundo e as mentalidades. Eu também achava e têm por isso a minha solidariedade. Com uma pequena diferença. Eu tinha 14 anos e era razoavelmente menos inculto que a grande maioria dos liberais que hoje se apresentam na blogosfera.

No fundo, no fundo eu até simpatizo com esta malta. Estão um bocado cansados do imenso centrão. Querem acção, disputa, uma faísca, pelo menos.

Só que a grande maioria gosta de falar do liberalismo (quase sempre económico e quase nunca social) sentada em belas cadeiras pagas pelo erário público, directa ou indirectamente. Fazem estudos inúteis pagos a peso de ouro pelo Zé, esse amigo do José Manuel Barroso. Ou vivem à conta das falhas do sistema (seja do sistema de Justiça, de Saúde ou de Educação).

Para quem se proclama liberal, não está nada mal, não senhor.

Estamos perante um novo PREC, um Processo de Reeducação Em Curso.

Gostava sinceramente que os liberais em Portugal fossem mais do que um episódio passageiro colado com cuspo.

Como não há nem nunca houve qualquer tradição verdadeiramente liberal, o que temos são portugas típicos, a armar ao “estrangeirado”. Conservadores anacrónicos a brincar ao liberalismo, miúdos ainda espantados com a visita ao mundo civilizado que começa em vilar formoso (sem nunca terem percebido como é que realmente funciona) ou simplesmente aceleras fartos de serem multados, todos são liberais. É uma moda.

Um bocado como ser surfista há 25 anos. Não era preciso saber nadar, podia detestar-se a areia e o mar. Bastava usar o cabelo, as missangas e a roupa da tribo.

De facto, os ditos blogues liberais são, tirando uma ou outra excepção, o instrumento que revela a perícia do seu utilizador.

E o retrato não destoa do resto do País: palavras como vacuidade, presunção e aquela dose de ignorância arrogante (basta ver o número de citações de gurus liberais que alguns fazem) que nos caracteriza, encaixam na perfeição.

Mas como sou liberal e acho que todos têm direito à expressão pública, desejo aos meus amigos surfistas de subúrbio, perdão, aos meus amigos liberais agarrados as belas mamas do Estado, as maiores felicidades.

Só espero que daqui a 20 anos não se tornem furiosos defensores da nacionalização da economia e queiram erguer um muro à volta do rectângulo com duas verrugas e nove pérolas (as Berlengas não contam) plantado à beira-mar.

A ESQUERDA IRRITANTE

Há uma espécie de esquerda que me irrita. Com quem não me entendo.

É aquela esquerda, que julga poder converter o PC num partido democrático, que aceite as regras da democracia parlamentar como nós a conhecemos, apesar dos sucessivos episódios que demonstram o contrário, como
este.

Ora o partido comunista nunca foi, não é nem nunca será um partido democrático. É um partido marxista-leninista. No dia em que decidir mudar de rumo extingue-se ou torna-se irrisório como aconteceu aos partidos comunistas de França, Itália ou de Espanha e ao eurocomunismo.



Será uma ideia assim tão difícil de entender?

8/07/2007

SAIR DO ARMÁRIO


Não é preciso ser especialmente culto para se perceber que nós temos uma profunda e enraizada tradição de vocações sacerdotais.

Com a democratização e a laicização, a Igreja católica deixou de ter o monopólio, o que tornou a coisa bem mais divertida.

Tenho uma especial estima e até algum carinho pelos sacerdotes que aqui e acolá, vão surgindo. O meu preferido continua a ser o Dr. Francisco Louçã, imbatível naquele seu ar meio gazeado de quem já viu a Luz, malgré a má fase que atravessa.

A blogosfera trouxe ao espaço público um conjunto alargado de pessoas que até aqui se limitavam a pregar no café, na associação lá do bairro, nas salas de aulas.

Por exemplo, o Dr. João Miranda, que costuma proferir as suas homilias aqui.

Tem um estilo entediante, tão entediante e previsível que nos provoca o sorriso, de tão burlesco.
Continuarei a acompanhá-lo, já que não posso ver a Tertúlia Cor-de-Rosa.
Ou enquanto a revista Maria não tiver uma edição on line.


Ámen

8/06/2007

THE SILLY SEASON CHRONICLES ARE BACK


Entre as preferências gastronómicas da Kiduxa Horta ou o carro novo do tipo que parece que namoriscou a Pituxa Pirosetti, que recupera de uma injecção de botox dada por um cocainómano que lhe deixou a carinha laroca numa imitação bem conseguida de goraz morto e congelado, a silly season apresenta outros motivos igualmente interessantes.

Falo por exemplo, do retrato do País que nos é fornecido pelas inúmeras festas que, nesta altura decorrem em milhares de aldeias.

Não me refiro às imitações daquela moça-da-margem-sul-que-se-zangou-com-a- mãe-e-que-canta-aquela-coisa-do-pisca-pisca ou daquele rapaz de Setúbal cujo nome artístico me faz lembrar um brinquedo de noites solitárias.

Refiro-me ao raro encontro das várias realidades sociais que compõem o País. Dos avós, dos pais, dos filhos e dos netos.

Da ruralidade desenhada a escopro na cara dos avós, do traço rural suavizado por anos de subúrbio nos pais, do made in Amadora ou Seixal que caracteriza os filhos e dos netos zara.

É este Portugal, dos avós que ficaram, dos pais que com maior ou menor esforço e em maior ou menor grau triunfaram na cidade, dos filhos encartados mas aflitos, lentamente devorados pelo mundo global que lhes caiu em cima e dos netos que só vêem os avós no habitual almoço de domingo uma vez por mês, do qual saem a correr, entre beijinhos de naftalina e uma nota de 20 euros que se anicha furtiva no bolsinho timberland.

É este Portugal desequilibrado, dos milhões desperdiçados diariamente nas viagens subúrbio/subúrbio, de terra com ar de resignação que se avista da auto-estrada, que se encontra no Verão.

Reequilibrar tudo isto não passa pelo triste e miserável discurso dos comensais instalados.

O mundo rural, as aldeias não precisam das repartições de finanças ou dos hospitais que nunca tiveram nem nunca vão ter.

Precisam de gente e gente precisa de rendimento. É tão simples como isto. Precisa de uma agricultura moderna, de terrenos disponíveis, de uma outra política florestal.

Não me importo de pagar impostos para que o Estado assegure o investimento inicial necessário para que as pessoas vão ou regressem ao campo. Porque uma árvore não é uma pizzaria de subúrbio, demora mais tempo a produzir rendimento. E porque quem tem a lucidez de pegar nas malinhas, deixar o T2 em São Domingos de Rana e ir para uma aldeia a 50 km de qualquer outra coisa, explorar a terra, merece muito mais ser subsidiado que o empresário manhoso da empresa de vão de escada.

Infelizmente, como nas aldeias as pessoas escasseiam e por isso, escasseiam os votos, ninguém demonstra estar efectivamente preocupado com o seu fim.

O problema é que o fim das aldeias é também o prenúncio da deterioração ainda maior da qualidade de vida nos gigantescos subúrbios que se vão (de)formar, emaranhado sem gestão possível.

O fim das aldeias é o princípio do fim da cidade, “as we know it”.

Valha-nos a semaninha em benidorm uma vez por ano.