Esta notícia promete, se tiver algum fundamento, pôr os senhores doutores aos berros.
Se um empregador der formação profissional altamente especializada a um seu trabalhador, pode, de forma lícita, exigir que o mesmo permaneça na empresa durante um determinado tempo. De igual forma pode exigir que o trabalhador, durante um determinado prazo, mesmo depois de cessado o contrato, que não exerça a sua actividade na concorrência. Para além disso, existe um dever geral de fidelidade entre as partes.
Em Portugal, o exercício da Medicina está fora de todas estas regras.
Repare-se que um médico (profissão altamente especializada) é formado com dinheiro dos contribuintes. Essa formação tem um custo elevado, da qual o formando apenas paga uma ínfima parte.
Terminada essa formação, não só não é formalmente exigido ao médico que recompense quem o formou, como é sistematicamente violado o dever de fidelidade e de não concorrência.
É comum, de forma mais explícita ou mais encapotada, que os médicos reencaminhem, de manhã, doentes nos hospitais públicos, para à tarde os atenderem no privado, onde exercem, com o argumento que o serviço público não responde à procura.
Todos tem direito ao justo vencimento, independentemente dos critérios para se estabelecer o que é justo (oferta/procura, importância social do serviço prestado, etc.).
Só que quem quer ganhar dinheiro e fazer disso profissão, modus vivendi, não vai para médico. Vai para empresário, gestor. Não para médico.
Para além disso, o serviço prestado (medicina) não é propriamente elástico. Quer dizer, a esmagadora maioria das pessoas, não tendo acesso a médico, não vai recorrer a curandeiros.
Este monopólio "natural" precisa de regras.
Para médico só pode ir quem tiver vocação e perceber realmente o que é ser médico.
Sem prejuízo de existirem muitos médicos que são um exemplo cívico, a imagem da classe é hoje a do paradigma típico da ganância, do egoísmo e da completa ausência de ética.
O problema é que a adição e a dependência e outras vicissitudes do foro psiquiátrico são "patologias" de difícil tratamento.
Como por exemplo, a CLEPTOMANIA. Com uma pequena particularidade: o roubo não incide sobre coisas sem valor, mas sobre os bolsos alheios.
7/29/2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário