O Dr. Vasco Graça Moura foi, nos tempos do cavaquismo, uma espécie de moicano, que pela sua retórica, gerou pequenos ódios.
Note-se que toda a sua capacidade argumentativa nunca conseguiu esconder o rísivel da substância. Que mais ridícula se tornou, quando se verificou, mais uma vez que o PSD era e é um partido sem ideologia, onde se confunde a liberdade de pensamento com o desconchavo doutrinário.
Esta atitude, vinda de alguém como o Sr. Moura, suscita-me a seguinte questão: o exercício político é um acto de razão ou de emoção?
Entendo que deve ser, na sua prática, um exercício da razão, sob pena de se tornar um facciosismo.
A tese central do Dr. Moura, tem subjacente uma realidade mais do que improvável, absolutamente desmentida pelos factos: no PSD, embora estejamos ideologicamente perto do PS, somos diferentes, melhores.
Não fundamenta, não justifica, não demonstra.
Ora, o Dr. Moura é demasiado inteligente para ser faccioso. Julga no entanto que a melhor maneira de agitar a populaça é apelar aos sentimentos mais primários, suscitar nos seus apaniguados e nos seus opositores coisas bem manipuláveis, evitando discutir assim o essencial.
Porque o essencial é de uma pobreza atroz, resultado de um PSD que não soube recuperar no penoso pós-cavaquismo.
O populismo do Dr. Meneses, mais tosco, foi substituído pelo populismo manipulador e mais burilado do Dr. Moura.
Por debaixo do sólido social-democrata Moura continua a existir um cínico, um timoneiro de trazer por casa.
O manipulador sobrevive das reacções dos outros, criatura mal amanhada que vai repetindo os mesmos gestos, espécie de personagem de filmes de ficção-científica de série B.
Temos pena. Anteontem a procriativa funcionalista, ontem o estrangeirado insípido, hoje o manipulador.
Não vou perder mais tempo com o Dr. Moura.
Amanhã esta gente pode estar no poder.
Copenhague, mon amour, here I came.
8/06/2008
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