5/11/2007

FREIRA TOMASINA

Somos de facto, um país peculiar, que consegue subverter todas as regras, mesmo aquelas que à partida são difíceis de subverter. Em Portugal o todo é inferior à soma das partes.

Existe uma presunção de competência que ultrapassa todos os ditames da boa fé. O nosso borda d’água dos tempos modernos, Prof. Marcelo, sempre que alguém é nomeado para um cargo superior na administração pública diz quase sempre o mesmo “Conheço. É uma pessoa muito competente.”

Confesso que ainda não percebi porque é que um país com tanta gente competente é um exemplo de incompetência. Nas obras públicas, nas opções pouco ou nada fundamentadas.

Reconheço que a explicação não é assim tão simples, mas isso não invalida a incongruência da ideia: um país incompetente recheado de pessoas competentes.

Tudo isto vem a propósito da Dr. Manuela Ferreira Leite. Nunca percebi a aura de extrema competência que a rodeia. Que obras, que acções, que resultados é que Manuela Ferreira Leite obteve, para usufruir de tal estatuto?

Parece-me que se confunde o seu tom áspero com a sua capacidade para agir de forma competente.

Ontem, a Dr.ª Manuela Ferreira Leite referiu, provavelmente com razão, que: “Eu estou absolutamente convicta de que não vai haver dinheiro para pagar uma coisa destas. Por exemplo, o TGV vai ser um monumental SCUT e já se percebeu que não há dinheiro para pagar isto», mas estragou a pintura toda quando considerou como “inadmissível o investimento feito pelo estado no Metro Sul do Tejo, que, numa primeira fase, tem tido uma fraca procura.”, acrescentando “Não é possível que o Estado tenha feito um investimento desta natureza para um transporte que não tem absolutamente ninguém”.

Eu subscrevo a preocupação da Dr.ª Manuela. Acho mesmo que devemos responsabilizar os governantes que decidiram aqueles investimentos. Por exemplo, quem é que assinou o contrato de concessão do Metro do Sul do Tejo?

Pina Moura?

Não.

Manuela Ferreira Leite. A própria.

Tal qual Frei Tomás…

Sem comentários: