Vamos por partes. Nunca reconheci à senhora especiais competências, rigor ou credibilidade que a destacassem. Apenas um ar seco de memorizadora de teorias bolorentas.
Estou cada vez mais convencido que a liderança do PSD é como todas, a prazo. No caso com prazo certo. Mais uma vez a intelligentsia do PSD revelou-se cobarde e considerou que apesar das dificuldades de Sócrates, não valia a pena arriscar e queimar o futuro líder. Diz tudo (ou quase tudo) sobre o empenho e a vontade de arriscar dos dirigentes do PSD.
Neste momento o partido é dirigido por um colégio. Na primeira oportunidade cometeram o pecado que momentos antes tinham criticado: o soundbyte em tempo real, o comentário gratuito e vazio. Assim que Ferreira Leite criticou as "obras públicas" os habituais artistas de stand up comedy do PSD apressaram-se a concretizar, cada um fazendo das suas ideias e opiniões teses oficiais do partido: as barragens, o tgv, a estrada entre a Carrapatosa de Baixo e a Piolheira de Cima.
Resultado: Manuela foi para a televisão repetir, com aquele ar enfadado de professora farta da ignorância dos alunos, lugares-comuns e viu-se obrigada a desmentir o seu staff (mesmo os seus putativos membros).
Toda esta mediocridade se tornou no entanto irrelevante porque na única pergunta que saiu fora da cartilha das finanças, Manuela revelou-se.
O grave não foi a resposta. Cada um defende e deve defender livremente aquilo em que acredita. Se a senhora é contra o casamento homossexual está no seu direito e sinceramente não me choca.
O que me espantou e deixou assustado foi o fundamento da resposta. O mesmo fundamento bolorento, caduco e anacrónico de há mais de 40 anos. O mesmo lugar-comum: o casamento foi pensado para a procriação. Pura e simplesmente a demonstração que o pensamento de Ferreira Leite é um gigantesco lugar-comum, árido e estéril.
Valha-nos Deus
7/03/2008
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